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Linha do Tempo Cadeira n° 7

Atualizado: 27 de mar.


Arte com a linha do tempo da cadeira 7 com o nome da patronesse e data de entrada e nome de cada ocupante na história

Patronesse

Desenho de Lucie Laval feita pelo artista plástico José Demeterco

Lucie Laval (1898 - 1914) jovem poetisa, filha de diplomata francês, nascida em Dakar – África, que juntamente com seus pais peregrinou por vários países, afeiçoando-se aos locais onde residia. Alma delicada, por esta razão escreve páginas belíssimas de saudade e amor. Aos 18 anos de idade, Lucie surpreendeu a intelectualidade curitibana, circulando pelas redações de jornais e revistas, nos cafés entre artistas, a discutir política e as novas tendências literárias. Foi descoberta por  Georgina Mongruel apresentando-a aos poetas do Centro de Letras do Paraná, onde declamava poesias. Seu livro ‘Dans l’ombre’ publicado em 1913 em francês, faz jorrar luz sobre o valor feminino. Não completaria 19 anos. Poema de sua autoria traduzido: ‘Nuit d’hiver’ (Noite de inverno)



J’ai froid et je ressens, dans ce mortel silence,

L’épouvantable effroi de vivre l’avenir.


Tenho frio e sinto neste mortal silêncio,

o espantoso temor de viver o porvir.


Publicações:

  • Dans L'ombre

  • Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.


1972 - 1° Ocupante

Retrato de Josete Fontan

Josette Maria Schwoelk Fontan (1927 - 1975) nasceu em Joinville - SC, onde fez seus estudos primário e normal, tornando-se professora de primeiras letras durante muitos anos. Adotou Curitiba-PR como terra de sua vivência, aqui se radicando antes de 1947, ocupando cargo autárquico federal. Desde a meninice lia sofregamente, e era amante da poesia e declamação. Começou a escrever para revistas e jornais aos 13 anos de idade. Sobre seu primeiro livro ‘Dança das Musas’ Graciette Salmon, uma das maiores poetisas brasileiras, escreveu “Há o que admirar em Dança das musas: um tanto de realidade, um tanto de imaginação, uns laivos de ilusão, um pouco de saudade. Há o que apreciar e compreender: emoção, ternura, espiritualidade. Há o que aplaudir e apreciar.” Pertenceu a várias instituições culturais, incluindo o Centro de Letras do Paraná e na AFLPR ocupou desde a sua fundação o cargo de Vice-Presidente (1970-1980). Mãe de uma filha.

Cântico a Curitiba


Vejo-te verde e mansa

na doce esperança de tuas campinas,

vejo-te impetuosa nos gestos ligeiros dos madrigais

quando em punhado de luzes despertas verdinha

de pinheirais!

Curitiba dos poetas líricos,

sentimentais,

canto-te em Emiliano Perneta, Leôncio Correia

e tantos outros mais...


Vejo-te no inverno, branco de geada

em noite fria, gelada

quando das ruas nuas e praças vazias,

as lareiras crepitam nas salas grandes...


Curitiba! Sinto-te na voz da Universidade!

Ouço o brado de luta do teu jovem estudante!

Escuto dos teus pinheirais a grande sinfonia!


Teu pensamento reflete a eloquência

dos teus oradores,

o lirismo de teus poetas,

o perfume das tuas flores...


Recupero em ti a fé e a esperança

na tua catedral imensa e nas tuas igrejas

aureoladas de crença!


Amo em ti as praças imponentes,

onde os pardais e os namorados

buscam do amor a límpida semente!


Sonho em ti a glória do teu povo,

vejo-te no espelho cristalino do progresso,

onde teus edifícios se erguem no espaço imenso.








Publicações: 


  • Dança das Musas, 1957.

  • Caramujos de Vidro, 1962.

  • Teogonia da rosa - 1973.




1975 - 2° Ocupante


Paulina Taborda Camargo (1902 - ? ) escritora, pintora, nasceu em Curitiba - PR onde fez sua formação acadêmica em colégios tradicionais, juntamente com a formação artística na Escola de Pintura da Casa Alfredo Andersen, sob a regência do professor Thorsten Andersen e curso de aperfeiçoamento em Escolas de Arte da Itália. Pintora profissional, fez exposições individuais no Centro de Letras do Paraná, Academia de Letras José de Alencar, Biblioteca Pública do Paraná e Centro Paranaense Feminino de Cultura. Começou a escrever quando já era bisavó, e seu otimismo e amor à vida deu-lhe encanto e desenvoltura. Pertenceu a várias entidades culturais nacionais e internacionais,  incluindo o Centro de Letras do Paraná e a Soberana e Cavalheiresca Ordem do Sapo de Curitiba.  


Poemeto ‘Qual é?...’


Qual a verdade?

- que sinto

a vejo

a sinceridade minha

ou a que me ensinaram?

Até onde há verdade?

Vivemos pensando

agindo

com a verdade dos outros

mas…

onde nossa verdade?

Está no grã temor

de não achá-la nunca.


assinatura de paulina taborda camargo




Publicações:

  • Onde estás? -  prosiversos

  • Corredor da vida - prosiversos

  • Riscas -  prosiversos e crônicas



1998 - 3° ocupante

Retrato de Silvia Maria Pereira de Araújo com pelerine azul royal e brocado dourado

Silvia Maria Pereira de Araújo é curitibana,  socióloga. Dedicou-se ao Magistério Superior na  Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde trabalhou no Departamento de Ciências Sociais desde 1976. Fez Mestrado em História Social na (UFPR), Doutorado em Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo (USP)  e Pós-Doutorado em Sociologia do Trabalho na Universidade de Milão. Uniu a História à Sociologia e perseguiu o movimento dos trabalhadores organizados como objeto de estudo. Dessa experiência de estudo e aprendizagem resultou dois capítulos em ‘Para Filosofar’ da editora Scipione-SP, que ganhou o Prêmio Jabuti 2001, categoria Livro Didático. Foi Presidente da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET) no biênio 2011-2013. Na  universidade, atuou em todas as suas dimensões: ensino, pesquisa, extensão e gestão. Como gestora, exerceu diversas funções administrativas, desde a chefia de departamento até a de direção do então Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPR, hoje Setor de Ciências Humanas. Seus alunos relatam que  às 7:30 horas da manhã ela já estava na sala de aula, impecavelmente vestida, destacando-se pelo trato e atenção com todos à sua volta e pelas aulas sempre cuidadosamente preparadas. Elegância, generosidade, humanidade e coerência são adjetivos que cabem à sua figura. Ministrou aulas para várias gerações, formando muitos que hoje são professores universitários. Na AFLPR compõe a diretoria no cargo de tesoureira, no biênio 2014-2016. Como escritora, além dos tratados teóricos, coloca sua visão poética em contos e microcontos e expande-se  nas artes plásticas, onde as paisagens paranaenses são estampadas em ‘landscapes em patchwork’, com exposições nacionais e internacionais. Mãe de dois filhos.



Paisagem paranaenses ‘landscapes em patchwork’
Paisagem paranaense ‘landscapes em patchwork’

De madame a monstro (trecho do capítulo do livro ‘Meu mundo sem algodão’)


A festa estava animada. De certo modo ela atraía as atenções por ser a organizadora daquela excursão especial. Inovara, conseguindo adesões para um cruzeiro temático ofertado a poucos escolhidos. A música, a dança e a algazarra não deixavam espaço para conversas. Falavam aos berros como se fosse esse o natural de estar em festa.

Excepcional tudo isso? Não. As noites daquela semana tornaram-se todas festivas no salão de danças. Alguns passageiros deslumbravam-se ao aportar a cada dia em lugares diferentes. Levavam o hotel cinco estrelas nas costas, e a mordomia ali fizera sua casa.

À noite, o alvoroço apressado dos viajantes se repetia, desde o paramentar-se em trajes finos até o jantar em alto estilo regado a vinho. Depois vinha a obrigatória esticadinha na pista de dança madrugada adentro. Sendo uma pessoa extremamente sociável, ela era a responsável pelo bom e o melhor ofertado aos convivas a bordo do navio. Com maestria comandava o espetáculo de fruição daquela viagem pelo calor esverdeado das ilhas tropicais, garantindo satisfação e sucesso.


Assinatura de Silvia Araújo









Publicações:

  • Eles: a cooperativa; um estudo sobre a ideologia da participação, 1982.

  • 1° de Maio; cem anos de solidariedade e luta, 1986.

  • Jornalismo e militância operária, 1992.

  • Trabalho e Capital em Trânsito: a Indústria Automobilística no Brasil, 2007.

  • Meu mundo sem algodão, 2019.

  • Pisa leve – cacos no céu, 2019.

  • Janelas de instantes, 2019.



Fonte:

1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.

2- Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.

3- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.

4- Josette Maria Schwoelk Fontan - Biografia e poesias - organizado por  Paulo Roberto Karam.

5- Oito Décadas - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 2018.



Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.


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1 Comment


Tereza Karam
Tereza Karam
Mar 18

A arte em suas várias expressões inundam o coração de alegria e a exposição de paisagens paranaenses de Silvia Araújo no Paço da Liberdade, foi uma das mais belas expressões artísticas que eu já vivenciei!

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