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Linha do Tempo Cadeira n° 5


Arte com o nome da Patronesse; data e nome das Ocupantes ao longo da história

Patronesse

Retrato de Georgina Mongruel

Georgina Mongruel - Georgine Catherine Eugenie Léonard Mongruel (1861 - 1953), professora, musicista, compositora e poetisa, nasceu em Charleroi  na Bélgica. Órfã de mãe desde berço, recebeu educação severa, dedicando-se aos estudos e vivendo entre a solidão de um grande jardim e as frequentes viagens para acompanhar seu pai, engenheiro civil. Diplomou-se na Escola de Música e Belas Artes de Paris e concluiu seus estudos na Escola Normal de Mons, Hainaut em 1885, passando a trabalhar como redatora em jornais.  Chegou ao Brasil com seu segundo marido Maurice Mongruel e dedicou-se ao ensino em inúmeras escolas, trabalhando na Escola de Belas Artes e tomando parte ativa na vida intelectual e social da cidade de Curitiba. Seu porte esbelto, iluminado por grandes olhos azuis e a refinada educação europeia, despertava a atenção. Recebeu o título de ‘Presidente de Honra’ do Instituto Neo-Pitagórico de Curitiba. Foi sócia-fundadora do Centro de Letras do Paraná e correspondente de jornais e revistas de Paris, Bélgica, Uruguai, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Recebeu a ‘Medalha Civil Nacional Francesa’, por decreto de janeiro de 1950. Mãe de cinco filhos.


O dom

(tradução de Vera Buck ocupante da Cadeira n° 6)


Um berço onde alguma coisa se agita

infinitamente frágil e rosada,

lá esquecida… porque a Mãe está morrendo,

e ele está desesperado entre este terror,

e esta esperança.


Então surgiu o Destino, que deixou cair

dentro do berço, em lugar da alma uma lira,

- A criança paga ao Dom o seu primeiro sorriso.


Passada a confusão que a morte proporciona,

ele se lembra, tinha pouco e se questiona:

e a Criança? Ainda estará viva a esta hora?

A ciência responde: Mais sim! Veja… Ela chora!


Publicações:

  • Sous le Charme - autobiografia em prosa e verso,1946.

  • Le sentir qui monte - romance,1949.

  • Contes à Madelon, 1949 a 1951.

  • La Dernière Chevauchée - poesias,1952.

  • Avril Éternel Renouveau, 1952.

  • Música e Ensaios Folclóricos.

  • Rosa Alchimica - canto e piano com palavras de Dario Vellozo.

  • Um violão que chora - canto e piano com palavras de Emiliano Perneta.

  • Canção - canto e piano com palavras de Ismael Martins.

  • El doido - canto e piano com palavras de Guerra Junqueiro.

Aos 92 anos de idade, pouco antes de falecer, compôs ‘O último Voo do Condor’ poesia enviada para compor o livro ‘Um Século de Poesia - poetisas do Paraná’, publicado pelo  Centro Paranaense Feminino de Cultura em 1959.


O Último Voo do Condor - ao Paraná Centenário

(tradução de Carmen Nícia de Lemoine)


A Serra galgada. Os abismos vencidos.

O homem alcançou a planície… Refrescado na água cristalina,

Alimentado dos frutos do Pinheiro, ergueu suas tendas

E descansou, então, das longas caminhadas.


Do Pandi em êxtase, a Taba agreste

Recebe, misticamente, o seu nome: Curitiba!

E, filha do milagre… De cabana à casa,

Eis-te Capital de glorioso brasão!


Mais tarde, uma obra feérica vencendo a Serra,

A liga de um só traço, ao oceano Atlântico,

Passando por sobre cataratas,

Lançando pontes ao vácuo,

Os deuses, nesse trabalho, elegeram-na protegida!


… Haveis crescido muito - Senhora,

Quando, chegados de França, à costa aportamos…

… Depois, trinta anos passaram,

O tempo correu depressa.

Meus filhos, confundidos com os teus, cresceram na multidão.


Paraná - somos, ambos quase da mesma idade,

Porém, não prosseguimos a mesma viagem.

Crescente e próspero, continuas vertiginosa carreira…

Eu, …pairo na vida… último voo de Condor!


Paraná, soou a hora das tuas belas conquistas.

Ao eco de tuas festas, despertam as iniciativas!

O teu poeta gaulês te rende homenagens,

Saudando-te a trajetória ascendente!



1972 - 1°Ocupante 


Retrato de Pompília Lopes dos Santos

Pompília Lopes dos Santos (1900 - 1993) nasceu em Curitiba-PR, professora diplomada pela Escola Normal de Curitiba, exerceu o magistério como professora primária em várias cidades do Estado do Paraná: Guarapuava, Antonina, Paranaguá e Curitiba e na cidade de Rio Pardo-RS. No curso secundário, lecionou Francês e História da Literatura Francesa. Sua educação, passou pelas "mãos" experiente e competente de sua Patronesse Georgina Mongruel. Foi biógrafa, romancista, poetisa, contista, conferencista e crítica de arte. Recebeu em 1986, da Assembleia Legislativa o título de ‘Cidadã Benemérita do Paraná’ e a ‘Medalha de Ouro’ do Centro de Letras do Paraná. Foi fundadora do Clube Soroptimista em Curitiba, Sala do Poeta, atualmente Academia Paranaense da Poesia, e da Academia Feminina de Letras do Paraná. Presidiu o Centro Paranaense Feminino de Cultura e na Academia Feminina de Letras do Paraná tornou-se presidente honorária, atuando entre os anos de 1970 a 1980 e Patronesse da Cadeira n° 39. Mãe de seis filhos, entre eles Lygia Lopes dos Santos, ocupante da Cadeira n° 39, que também atuou como presidente da Academia Feminina de Letras do Paraná, no período de 2004 a 2017.


Assinatura de Pompília Lopes dos Santos



AFINIDADE


Na imensidão da praia

há um bloco de granito,

solitário,

apontando o infinito.

Em suave carícia,

uma alga-marinha enlaçou-o

em abraço eletivo.

Ao sopro da brisa

o vegetal murmura

afinando a voz ao doce marulhar

das águas mansas.

Um dia, 

vagas impetuosas,

em doidos arremessos

lançam-se à praia

e arrebatam _ do granito

a companheira…

Só então, o minério sente

sua condição de pária.

Percebe o significado real do isolamento.

E, como antena prodigiosa, 

continua apontando o infinito

na ânsia indomável

de captar mensagens…

eflúvios de amor

que se evolam

da alga-marinha

_ a rolar e a se debater

entre vagas e rochedos.

Mas, lá, nas alturas,

enquanto a planta fenece, 

eleva-se um clarão

de luz sideral!

Sons magníficos

se alçam nos ares…

A antena vibra!

E a alma da pedra

canta em surdina

a mesma canção

da alga-marinha.



Publicações:

  • Literatura Infantil, 1944.

  • Afinidade - romance, 1949. 

  • Alegorias - poesia, 1953.

  • Rachel Prado,1953.

  • Página de Saudade, 1955.

  • A Fila Triste -romance sobre presidiários, 1956. 

  • Origens - romance histórico, 1961 (1º prêmio em concurso do Centro de Letras do Paraná) 

  • Caminhada – memórias, 1974.

  • Abismo, 1985.

  • Sesquicentenário da Poesia no Paraná, 1985.

  • Trilha Especial, 1987.

  • Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.


2°Ocupante 


Retrato de Alzeli Bassetti com a pelerine azul e dourado

Alzeli Bassetti professora, curitibana e ‘Vulto Emérito’ da cidade, é licenciada em Letras/Inglês pela UFPR, com especialização em francês, italiano, alemão, latim e português. Filha do poeta Altivir Bassetti, seu Patrono na Academia Paranaense da Poesia, onde ocupa a Cadeira n° 24. Obteve o 1º lugar em concursos nacional e estadual de monografias. Sua longa luta pela paridade de gênero valeu-lhe a ‘Medalha de Ouro’ outorgada pelo Conselho de Ministros da Itália e seu engajamento cultural, premiado com a ‘Medalha Cultural de Ouro D’Almeida Vitor’ - DF. Integrante de comissões julgadoras de conto e poesia, foi presidente do Centro de Letras do Paraná. Mãe de uma filha.


Assinatura de Alzeli Bassetti







NOVA IDADE


Adentra tua velhice com coragem

Serenamente sem quaisquer temores

Que possam devassar tua bagagem

Do tempo em que viveste mil amores


Daquilo que plantaste na viagem

Colhe os frutos e reparte as flores

Permite a terra retocar a imagem

Que outros irão ver assim que fores


Não te seja essa idade um desdouro

Faz com que em ti prospere amor à vida 

Pois é ela teu maior tesouro


Que a neve caia a colorir-te a lida

E seja a juventude eterno louro

Que a nova idade é sempre a mais sorvida.



Publicações:

  • De manto e Bordão - coletânea de artigos publicados por 35 anos no jornal ‘Gazeta do Povo’, 2006.

  • Palavra de Mulher - sonetos

  • Trigais e Espinheiros - poemas

  • 100 Trovas da Madrugada

  •  Coletânea da Academia Paranaense da Poesia, 2012.


Fonte:

1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.

2- Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.

3- Revista AFLPR:  Homenagem à memória de Georgina Mongruel, 1974.

4- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.

5- Literatura e Mulher - das linhas às entrelinhas capítulo XIII Georgina Mongruel -  Luísa Cristina dos Santos Fontes, 2002, ocupante da Cadeira n° 2 na AFLPR.

6- Coletânea da Academia Paranaense da Poesia,2012.


Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.

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