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Linha do Tempo Cadeira n° 16

Atualizado: 19 de set.


Linha do Tempo com a biografia da patronesse Leonor Castellano, 1° ocupante Vera Vargas e 2° ocupante Liamir Santos Hauer

Patronesse

Pintura à oleo de Leonor Castellano

Leonor Castellano (1899-1969) nasceu em Curitiba-PR, sua formação envolveu educadoras renomadas: cursou o primário com a professora Júlia Wanderley e o intermediário na Escola Americana, sob a direção de Miss Dascomb e Miss Khul.  Foi a primeira mulher no Paraná a atingir, em 1940, o cargo de Chefe de Seção na Procuradoria do Estado, exercendo o cargo de Secretária da Procuradoria Geral do Estado;  organizadora da Seção de Documentação da Biblioteca Pública do Paraná (BPP) e da Biblioteca da Associação dos Funcionários Públicos do Paraná; aposentando-se depois de 39 anos de profícuo serviço prestado ao Estado. Soroptimista em ação, na qualidade de sócia fundadora, foi Vice-Presidente, Presidente e Delegada. Criou a seção dominical dos periódicos ‘Estado do Paraná’, ‘Correio do Paraná’ e o  ‘Prêmio Estímulo', do Clube Soroptimista para alunos das escolas públicas primárias. No ano de 1962 foi considerada ‘Soroptimista do Ano’. Desenvolveu atividades literárias como jornalista, cronista, comentarista e ensaísta, publicando romance, discursos, biografias e  hagiografias (biografia de santos). Vera Vargas, assim fala de sua patronesse: “Foi sua vida um contínuo criar e repartir. Nunca a vimos senão às voltas com um trabalho meritório, o socorro a um ser desvalido, a valorização de uma pessoa. Tarefas da luz: aquecer, animar, projetar. E nessa missão em que se empenhou, esqueceu de si própria. Leonor Castellano foi, sempre, mulher de ação e de arrojadas iniciativas. Suas conquistas resultaram de muita perseverança e energia. Lutadora incansável, não media esforços quando se tratava de atingir as metas de trabalho, fossem elas quais fossem. Líder eficiente e dinâmica, como presidente do Centro de Letras do Paraná, de 1949 a 1952 e do Centro Paranaense Feminino de Cultura, a partir de 1952.”


Como Presidente do Centro de Letras do Paraná, foi a responsável pela aquisição do terreno e construção da sede própria, que já completou 110 anos e permanece no mesmo local.  


Coordenou e levou à edição, em 1959 uma belíssima antologia, ilustrada por José Demeterco: ‘Um Século de Poesia - poetisas do Paraná’ do Centro Paranaense Feminino de Cultura, suprindo uma antiga necessidade das letras, pois nela foram publicadas as poetisas do Paraná em ordem cronológica, desde Júlia da Costa até as mais recentes da época, muitas fundadoras de Cadeiras da AFLPR. 


O teu nome ó Mãe

(folheto - maio 1965)


“Oh maternal amor, amor que ninguém esquece, 

amor maravilhoso que é o pão que um Deus reparte

e multiplica.”


  O teu nome, bom e suave, ressoa permanente em nosso coração, oh! Mãe.

Qualquer um de nós, envolvidos entre as procelosas tempestades da vida, só podemos caminhar pelas veredas do desconhecido quando temos por guia a tua figura de esperança e de saudade, oh! Mãe.

Desencadeiam-se sobre nós ventos ásperos de iniquidade, se somos enlaçados pelos escolhos da tentação, se lágrimas amargas vertem de nossos olhos, buscamos uma única estrela e chamamos confiantes, o teu nome bendito, oh! Mãe. 

Se a ira nos sufoca ou a moléstia nos esmaga, agarramo-nos à âncora da fé que é o teu espírito imortal oh! Mãe.

Nos perigos ou nas indecisões pensamos somente em ti, lembramos o teu doce e amado nome que vive presente em nossos lábios e nunca distante de nosso coração, oh! Mãe.


Assinatura de Leonor Castellano



Publicações:

  • Marysa - romance, 1936. 

  • Discurso, 1937. 

  • Santo Agostinho- conferência, 1939.

  • A mensagem de Santa Clara de Assis, às Mulheres, 1953. 

  • Figuras de ontem e de hoje - crônicas, 1953.

  • A lenda da orquídea e outros contos

  • Pelos caminhos da Fé

  • Tertúlias Centristas

  • Correio Infantil

  • Do meu Bazar

  • História do Centro de Letras do Paraná  

  • História do Centro Paranaense  Feminino de Cultura

  • Livros, livros à mãos cheias

  • Festa da Primavera 

  • Maria Montessori

  • Alcina

  • O Anjo-Bom

  • Maria Falce de Macedo

  • Organização Mariana

  • Atividades Católicas




1971 - 1° Ocupante

Retrato de Vera Vargas

Vera Vargas (1922-2000) professora e advogada,  foi a primeira Presidente da União Brasileira de Trovadores (UBT - Seção de Paraná). Nasceu em Piraí do Sul-PR, em 17 de outubro e faleceu exatamente no dia de seu aniversário. Filha de Rivadávia Barbosa Vargas, homem público, político, deputado, secretário de Estado, industrial e de Dona Dalila Rolim de Moura Vargas. Iniciou sua formação em sua cidade natal e prosseguiu em Itapetinga-SP, onde realizou o Ginasial no ‘Instituto de Educação Peixoto Gomide’ e vindo para Curitiba-PR ingressou no ‘Instituto de Educação do Paraná’, fazendo o curso de Professora Normalista, sendo a oradora da turma em 1944; bacharelou-se em 1962, pela ‘Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná’; fez o curso de ‘Agente de Reforma Administrativa’ e oratória em São Paulo. Tornou-se Oficial de Administração do Serviço de Coordenação e Assistência Técnica; Assistente do Procurador Geral e Consultor Jurídico da Fazenda; Advogada da Procuradoria Geral do Estado; Chefe do Gabinete da Secretaria de Justiça; fundadora e Diretora do ‘Jardim de Infância Coraçãozinho de Ouro’ em Curitiba-PR. Poetisa, trovadora, compositora, é autora das letras de mais de cinquenta hinos de municípios paranaenses. Pertenceu a várias entidades culturais e na Academia Paranaense da Poesia, é fundadora da Cadeira n° 2. América Sabóia ocupante da Cadeira n°32 e Hellê Vellozo Fernandes ocupante da Cadeira n° 12, assim fazem as considerações estilísticas: “As poesias que reproduzimos apresentam fases diferentes de expressões do talento de Vera Vargas. Nas trovas ela se realiza com a espontaneidade que o gênero requer, primando pela originalidade das imagens. Em ‘Saudade’ fala o sentimentalismo de quem ama sua pequena cidade, o pinheiro da infância, símbolo do torrão natal, do sonho e da saudade. ‘Predestinação’ mostra a evolução da poetisa para formas de sentimentos mais subjetivos. O amadurecimento elabora conceituações filosóficas em torno de temas escolhidos e transmite tranquila segurança ante a aceitação prazerosa do irreversível. O que é excepcional em Vera Vargas, continua a ser uma pessoa alegre, simples amável para com todos, leal a suas amizades.  A mesma moça que adorava os luares de Piraí e os sorrisos límpidos das crianças”. Pompília Lopes dos Santos, fundadora da AFLPR assim descreve:  “Essa é Vera Vargas , criatura adorável, inteligente e humana, amada por todos que tem a felicidade de conhecê-la. Comunicativa. Fluente. Sua simples aparição é o primeiro passo para a conquista do auditório.”


Poça d'Água


A chuva andou chorando tanto, tanto,

molhou todos os lenços dos telhados,

mas aos poucos cessou

e tudo está de novo alegre e vivo,

desde que o sol brilhou.


Porém naquele canto da calçada

ficou uma poça d'água abandonada.


Minha mágoa

também é poça d'água

que o sol não conseguiu secar ainda.


assinatura de Vera Vargas








Publicações:

  • Um Barco na Poça d’Água 

  • Antologia ‘Letras paranaenses’,  1970.



2006 - 2° Ocupante

 Retrato de Liamir Santos Hauer de pelerine azul royal e brocado dourado

Liamir Santos Hauer nasceu em Curitiba-PR em pleno Carnaval e é filha de dois grandes nomes no campo literário: Dario Nogueira dos Santos e Pompília Lopes dos Santos, fundadora da Academia Feminina de Letras do Paraná e patronesse da Cadeira n° 39. Sua formação ocorreu em Paranaguá-PR, concluindo o Curso Normal. Sua infância e adolescência aconteceram entre livros e árvores, sua predileção era voltar para casa após a aula, pulando de árvore em árvore, comendo seus frutos, condição que era possível pois os terrenos faziam confluência. Costuma dizer que a personalidade inquieta, herdou do pai e,  seu lazer envolvia a criação de um circo e de um escolinha para crianças menores, no fundo do quintal da chácara onde moravam. Certo dia, foi surpreendida com o pedido de casamento de um moço elegante, 10 anos mais velho e Diretor da Escola, casou-se aos 15 anos com Ernani Santiago de Oliveira, pai de seus filhos e Prefeito de Curitiba-PR em 1954. Ficou casada por 25 anos: “Ser primeira dama cansa muito. Tem que fazer pose e sorrir o tempo todo, participar de um monte de eventos. Eu não tenho freios, sempre falo o que quero. Não gostava daquela vida de madame, de dondoca e muito menos de bajulação”. Com o término do casamento resolveu voltar seu olhar para seu sustento próprio, fez cursos variados iniciando com Datilografia, passando por Cultura Teatral e História do Paraná; prestou concurso e tornou-se Escriturária lotada no Quadro Geral do Serviço Público do Estado do Paraná em Curitiba. Desde criança desenvolveu a prática de escrever, mas foi somente aos 77 anos que publicou seu primeiro livro ‘O Circo’. Pertence a várias entidades culturais, incluindo o Centro de Letras do Paraná e o Centro Paranaense Feminino de Cultura. Escritora e palestrante recebeu diversas homenagens e em 2023, o título de ‘Vulto Emérito de Curitiba’ pela Câmara Municipal de Curitiba. Mãe de dois filhos, incluindo Leilah Santiago Bufrem, escritora ocupante da Cadeira n° 36.


Publicações:

  • O Circo, 2000.

  • O Circo Pegou Fogo, 2001.

  • Rescaldo, 2002.

  • Pr’a Lá de Marrakech, 2003.

  • Do Trapézio para o Mundo! 2005.

  • Desafio à memória: a cada foto mil lembranças, 2014.

assinatura de Liamir Santos Hauer





Foto com bolo de aniversário de 101 anos de Liamir Santos Hauer
‘Carnaval da Liamir’ Registro Fotográfico: Arriete Rangel de Abreu - Semearte Cultura

Festa de 101 anos realizada em 2024, no Centro Paranaense Feminino de Cultura ao lado de sua filha Leilah Santiago Bufrem. Uma tradição iniciada em comemoração aos seus 90 anos, abrindo o calendário anual de atividades culturais.


Acróstico a uma mãe extraordinária

(por Leilah Santiago Bufrem)


Luminosa, acolheu-nos em sua vida,

Irradiante, vestiu-nos de carinho,

Amorosa, construiu-nos belo ninho,

Movido com sua força extrovertida.

Impávida, em coragem destemida,

Registrou nossa vida em pergaminho.


Mostrando muito amor com seu jeitinho,

Inda que, com os fortes, atrevida,

Nunca deixa os mais fracos sem alento,

Hoje e sempre revela seu talento,

Autêntico, espontâneo e exuberante.


Muito além do comum, no movimento,

Araucária, em salões, muito esfuziante,

É, talvez, minha mãe, um monumento?





Fonte:

1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.

2- Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’, Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.

3- Antologia ‘Letras Paranaenses’,  1970.

4- Pioneiras do Brasil - Maria Nicolas, 1977 ocupante da Cadeira n° 24 na AFLPR. 

5- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.

6- Vera Vargas: Biografia e Antologia - organizado por  Paulo Roberto Karam.

7- Oito Décadas - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 2018.

8- Entre vistas & memórias - Liamir Santos Hauer e Lygia Lopes do Santos, 2018 escrito por Leilah Santiago Bufrem, ocupante da Cadeira n° 36 na AFLPR.



Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.


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