
Patrona

Joanina De Ferrante Bandeira e Silva (1888 - 1947) nascida em Diamante (província de Cosenza, Calábria, na Itália) onde residiu até a adolescência, vindo para o Brasil com seus pais. Irmã do escritor Salvador de Ferrante, tornou-se esposa do ilustre escritor Euclides Bandeira, um dos fundadores do Centro de Letras do Paraná. Como escritora, assinava com o pseudônimo ‘Janny’ e assim fala Maria do Carmo Amaral e Silva, sobre sua patronesse: “Em suas peças literárias notam-se, nitidamente, um coração romântico, sedento de espaço infinito, procurando alçar voo a essas insondáveis paragens e isso, quer em suas crônicas, - envoltas em róseas nuvens de beleza, - quer em seus contos, nos quais se notam um talento mais mente, mais certeza, mais segurança!”. Mãe de um filho.
CREPÚSCULO
“Cousa alguma podemos comparar à emoção doce e melancólica que sentimos, ao assistir o despedir do dia. Elevando nosso pensamento ao Azul, sentimos a alma invadida por essa nostalgia das cousas que não existem…
É nessa hora, de grande solenidade que a natureza se apresenta em plena majestade de suas grandezas. Nessa hora, em que tudo parece curvar-se, em respeitosa saudação ao Sol.”
Publicações:
O quarto da morte - conto
Crepúsculo crônica - Revista ‘Senhorita’, 1911.
Contemplação - crônica - Revista ‘Senhorita’, 1911.
As Despedidas
Tarde Triste - artigo - Jornal ‘O Dia’, 1925.
Ao correr da Pena
1972 - 1° Ocupante

Maria do Carmo Amaral e Silva (1916 - 1983) nasceu em Ponta Grossa-PR, iniciou seus estudos em Castro-PR concluindo em 1934, em Curitiba-PR, a Escola Normal Secundária e posteriormente, o curso de inglês no Centro Inter-americano. Como escritora colaborou durante 2 anos com a imprensa sob o pseudônimo ‘Dora Lindsay’ com os jornais ‘O Dia’ e ‘Jornal o Estado do Paraná’. Seu nome foi incluído na ‘Galeria de Honra dos Poetas Paranaenses’ e no ‘Dicionário Bibliográfico do Paraná’. Foi membro de várias entidades culturais como o Centro de Letras do Paraná e o Centro Paranaense Feminino de Cultura. Mãe de três filhos.
MEU MUNDO
Este meu cantinho solitário
onde, por fim, o destino me deixou
é um estojo singelo, é um sacrário
onde cultivo só o que é bom e belo
e a sombra do passado não tisnou.
Há violetas florindo nas janelas
samambaias esparsas pela sala,
peças queridas, jarras amarelas,
quadros sorrindo, enquanto a rede embala.
Há paz e música encantando o ar
e lá fora, só o sol me alcança.
Neste cantinho que o mundo ignora,
não há ninguém para pisar o meu carinho
ninguém para matar minha esperança.

Publicações:
Entre a Terra e o Céu - romance premiado, 1952.
O Homem do Rio - romance
Retratos d’Alma - poesia, 1956.
1984 - 2° Ocupante

Laís Miranda (1930 - 2022) jornalista e compositora musical, nasceu na cidade do Rio de Janeiro-RJ, completando seus estudos no Instituto Lafayette. Fez especializações pelo Ministério da Educação: Noções de Psicologia - Diagnóstico através do Desenho; Relações Públicas; Técnica de Liderança e Chefia. Em 1948, compondo um grupo de mulheres jornalistas, incluindo Lygia Fagundes Telles, fundou a primeira revista brasileira exclusivamente feminina, ‘Mulher Magazine,’ onde manteve uma coluna sobre mulheres célebres. De 1948 a 1950, colaborou em programas literários nas rádios Globo e Guanabara.
Em 1970, mudou-se para Curitiba-PR, onde possuía raízes familiares, dedicando-se às letras paranaenses, fazendo parte da União Brasileira de Trovadores (UBT); Sala do Poeta, atualmente Academia Paranaense da Poesia; Centro de Letras do Paraná. Mãe de três filhos.
SÚPLICA
Não me sorrias com teu sorriso manso,
nem me olhes com teus olhos de gazela
para que não venhas a morar no meu coração.
Estava escrito nos astros que um dia,
muitas luas, após a primeira vez
eu ter aberto meus olhos para o mundo,
tu cruzarias pelo meu caminho.
Minha fraqueza te apraz
e meu coração está cheio de temor.
Se eu vier a te amar,
efêmero será o meu prazer
e sem limites a minha inquietação.
Não me sorrias com teu sorriso manso,
nem me olhes com teus olhos de gazela
para que não venha a sofrer meu coração.
Publicações:
Se eu te perdesse amanhã - poesias, 1981.
Vamos nos encontrar na primavera - poesias, 1984.
Do prelúdio ao crepúsculo - poesias,1984.
Caminhos do tempo - memórias, 1992.
Simplesmente Crônicas
Composições musicais:
Gota de orvalho
Alegria
Hino a Getúlio Vargas, em parceria com o maestro Walter Schultz
Fonte:
1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.
2- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.
Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.
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