Patronesse
Graciette Salmon (1903 - 1986) nasceu em Curitiba - PR, reservada e muito tímida, não se exteriorizava a não ser sob o manto de suas poesias, que durante 12 anos foram publicadas com o pseudônimo ‘Djenane’. O seu primeiro livro ‘O que ficou do sonho’ de 1947, foi a primeira vez em que apareceu seu nome verdadeiro. Sua vida profissional iniciou aos 12 anos e formou-se em Contabilidade e Estenografia. Trabalhou em bancos: Banco Pelotense, Banco de Curitiba, depois no Banco Nacional do Comércio até se aposentar em 1967. Adepta incondicional do intercâmbio cultural, teve peças em diversos países, trabalhando incessantemente e mostrando os nossos literatos e suas obras, por isso foi chamada por Vasco José Taborda de ‘Consulesa da Cultura’. Sobre seu livro ‘O que ficou do sonho’, o cronista Edmundo Lys do Jornal O Globo, assim se exprimiu: “Um livro de ternura e de simplicidade. Lirismo magoado e comovente, onde a simplicidade palpita em cada verso.” Membro do Centro de Letras do Paraná, onde foi por muito tempo tesoureira e do Centro Paranaense Feminino de Cultura, participando com suas poesias da antologia ‘Um Século de Poesia: poetisas do Paraná’ de 1959, e com a apresentação da obra:
Tua Voz
É tua voz o dolente rumorejo
de regato escondido na floresta,
sob a umbela onde o sol, por uma fresta,
entra dourando a água com seu beijo.
Tem a beleza de um divino harpejo
na orquestração da natureza em festa.
Doce arrulo de ave, à vida empresta
enquanto manso, puro e benfazejo.
É carícia suave, enternecida,
e o que surpreende é ter o seu dulçor
feito esta maravilha tão querida:
Soar, em meu destino, com estridor
de um clarim, que alertasse para a vida,
meu coração chamando para o amor.
Publicações:
O que ficou do sonho - poesias, 1947.
A vida por dentro - poesias, 1956.
Cantinho de poesia - crônicas de domingo no jornal Gazeta do Povo, 1964.
Dona Vida - poesias, 1965.
Pássaro perdido - poesias, 1967.
Garimpeiros de Sonhos - sonetos em colaboração.
Caminhos de Ontem - poesias, 1970.
Ciranda - poesias, 1982.
À beira do tempo
Estrela sozinha - poesias.
Vitral iluminado - poesias.
Vão clamor - plaqueta sobre a poesia de Leôncio Correa.
Enquanto houver caminho - poesia premiada no Centro de Letras do Paraná.
Alegoria
Dona Vida
Pássaro perdido
Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
2009 - 1° Ocupante
Vera Regina Marçallo Gaetani escritora, poetisa, amante das artes, música e fundadora de teatro. Nasceu em Curitiba, estudando no internato Colégio Nossa Senhora de Sion e dando continuidade aos estudos no Rio de Janeiro, onde foi vizinha, em Copacabana, do escritor Guimarães Rosa, seu incentivador. Recebeu aulas de teatro na residência da poetisa paranaense Didi Fonseca, participando de um grupo de jovens organizado por Paschoal Carlos Magno. Com seu casamento em 1956, passou a residir em Ribeirão Preto - SP onde foi membro de várias instituições culturais. Recebeu três prêmios da Revista Brasília de Comunicações: poesia ‘Não Quero Mais’ e nos contos ‘O Tempo e o Relógio’ e ‘Entre Parênteses’. O conto ‘O filho do Estupro’ foi premiado pela Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e Mulheres Emergentes premiou seu poema ‘Momento de Loucura’. Recebeu a medalha ‘Stella Brasiliense’ por ocasião dos 20 anos de circulação da Revista Brasília de Comunicação pela sua participação nas iniciativas literárias do Grupo Brasília de Comunicação. Dois de seus poemas ‘A Menininha Loira’ e ‘Poema Platônico’, foram musicados pelo artista húngaro Csorba Zoltán. O ‘Poema Platônico’ foi traduzido para o italiano por Nereo Richetti. O livro infantil ‘A Fada e Seus Dois Amigos’, ilustrado por Graziela Protti, teve adaptação teatral e musical de Adriano Steinway Chan e readaptado musicalmente do maestro Nazir Bittar. ‘Mes Moments/Murmure’ foi escrito a dois, em francês juntamente com o poeta francês Claude Archimbaud. Mãe de seis filhos.
A Volta Por Cima
Extrapolei os sonhos!
Vivenciei as mágoas.
Convivi com fracos,
suportei os falsos.
Mantive-me em pé,
mesmo com pedras
me atingindo em cheio.
Varri da alma
a revolta ignóbil,
a tristeza vã,
a descrença falsa.
Reabri meu coração à vida,
deixei reflorescer ternura...
Olhei em volta e para o céu sem fim.
Aceitei o mundo, aceitei a vida.
A vida e o mundo que mereci pra mim.
Obrigada, Senhor,
pela volta que a vida me fez dar.
Aprendi a amar-Te, sem mandamentos
pelas simples razão de Te amar.
Publicações:
Gasparetto, nem Santo, nem Gênio, Médium
Cantos, Contos e Crônicas - prefaciado pelos atores Nicette Bruno e Paulo Goulart, 1999.
A Menininha Loira - também publicado em Braille.
A Fada e seus Dois Amigos" - conto infantil com ilustrações de Graziela Protti e CD-Rom.
‘Mes Moments’ de Vera Regina e ‘Murmure’ de Claude Archimbaud - livro de poesias em francês.
Fonte:
1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.
2- Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
3- Antologia ‘Letras paranaenses’, 1970.
4- Graciette Salmon: a ciranda da estrela sozinha- ensaio de Adélia Maria Woellner, 1999, ocupante da Cadeira n°18 na AFLPR.
5- Graciette Salmon: Biografia e Antologia - organizado por Paulo Roberto Karam, 2015.
6- Oito Décadas - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 2018.
Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.
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