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Linha do Tempo Cadeira n° 30

Atualizado: há 5 dias


Linha do Tempo com a patronesse Judith Macedo Silveira, e as ocupantes Emília Dantas Ribas, Argentina de Mello e Silva e Maria do Rosário Knechtel

Patronesse

Fotografia de Judith Macedo Silveira

Judith Macedo Silveira (1893 - 1947) nasceu em Tamandaré-PR e foi criada com a avó em Curitiba-PR, onde concluiu os estudos tendo como professora a ilustre Júlia Wanderley. Atuou no magistério como professora do ensino primário em Ponta Grossa-PR, tornando-se Diretora; fundou o ‘Liceu dos Campos’ e mostrava como característica de comportamento o perfeccionismo, por vezes sendo dura e áspera. Sua aluna Emília Dantas Ribas, assim fala de sua mestra e patronesse: “... os direitos equivalem aos deveres e que estes é que pesam no equilíbrio da massa humana. Onde não há disciplina, não pode haver constituição social. A sua, foi uma escola de disciplina”. Sua dedicação ao ensino de várias gerações foi reconhecida pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, com um busto de granito situado na Praça ‘Barão do Rio Branco’ e com nome de rua; Ribeirão Claro-PR rendeu-lhe homenagem com a ‘Escola Normal Judith Macedo Silveira’. Mãe de três filhos.


Busto de Judith Macedo Silveira
Busto de Judith Macedo Silveira


1974 - 1° ocupante

Fotografia de Emília Dantas Ribas

Emília Dantas Ribas (1907 - 1978) nasceu em Ponta Grossa-PR onde iniciou seus estudos no Grupo Escolar Senador Correia e diplomou-se na Escola Normal Secundária de Ponta Grossa. Exerceu o magistério primário por 17 anos em Grupos Escolares de Ponta Grossa; tornou-se Diretora em 1935, do Grupo Escolar Júlio Theodorico e posteriormente Chefe de Seção e Diretora da Escola de Professores; em Curitiba-PR foi professora do Instituto de Educação ministrando Didática, Física, Princípios de Matemática, Agronomia e Biologia. Sobre sua atuação no magistério, a formanda Cecy Cabral em sua oração de final de curso de 1950 assim a descreveu: “Dona Emília Dantas Ribas é professora alegre e sincera que anima e dá às alunas a perfeita compreensão da vida. As suas palestras nunca são monótonas. Onde Dona Emília está, também se encontram vivacidade experiente e culta que nos faz discernir a responsabilidade do magistério”. Iniciou sua vida literária na cidade de Ponta Grossa, sendo considerada a primeira escritora ponta-grossense, integrando o Centro Cultural Euclides da Cunha colaborando com jornais e revistas;  posteriormente expandiu sua obra intelectual literária para outras cidades e estados; em Curitiba tornou-se, em 1951, sócia do Centro de Letras do Paraná, onde obteve premiação em Concurso de Livros e também pertenceu ao Centro Paranaense Feminino de Cultura. Seu livro ‘A Primavera Voltará’ é voltado ao público feminino dedicando-o “... a todas as mulheres que esqueceram de si próprias; e que ensinando, gastaram o corpo e o espírito buscando abrir na treva caminhadas de luz”. Na análise de Karina Regalio Campagnoli: “... Sua escrita atinge um fluxo de consciência que equilibra seus dilemas interiores com os acontecimentos externos referentes ao momento histórico em que vivia, imprimindo significado a episódios aparentemente corriqueiros. Emília Dantas Ribas revisita o passado, articulando-o com seu momento presente, ao mesmo tempo em que vislumbra o futuro, a partir de uma escrita dinâmica, caracterizada pela simultaneidade de imagens mentais repletas de lembranças afetivas, inspiradoras e profundas, construindo e ocupando com maestria seu espaço na qualidade de escritora e intelectual”.



O ESPELHO


O chinelo encostado.

O pijama pendurado.

O mudo olhar do retrato parado.

E todo o horror do espelho sem imagem.

O espelho de outrora,

Gaiato, a sorrir

Da barba rebelde

E escura

Do vulto amado,

Que ele não esquece

E que ficou no passado.



E agora,

O espelho mudo e frio

A rir,

Das faces que não são as dele,

Do olhar, que é outro.

E deforma,

E enfeia,

E expulsa do aço frio

O outro rosto angustiado,

E clama, reprimido,

Pelo bem esquecido,

Pelo mudo olhar do retrato parado.

Assinatura de Emília Dantas Ribas










Publicação:

  • Primavera Voltará, 1949.




1983 - 2° Ocupante


Argentina Mello e Silva ( ? - 1985) nasceu em Curitiba-PR, fez o curso primário na Escola Carvalho e o secundário no antigo Ginásio Paranaense. Foi Funcionária Pública Estadual e pertenceu a diversas entidades culturais e assistenciais de Curitiba: Centro Paranaense Feminno de Cultura; União Cívica Feminina; União Brasileira de Trovadores (UBT) e Sala do Poeta, atual Academia Paranaense da Poesia, sendo  Patronesse da Cadeira n° 35. Em 1979, Ano Internacional Da Criança, recebeu Menção Honrosa por seu soneto “Criança” na Academia Internacional de Letras -RJ, no 1º Concurso Internacional de Poesia. Recebeu inúmeros prêmios em ‘Jogos Florais’, realizados em vários estados do Brasil, em âmbito nacional. Considerada uma das nossas mais valiosas trovadoras,  foi também uma excelente poetisa, tendo sonetos e outras peças, de alto valor em sua profundidade filosófica e em perfeita técnica; compôs poemas, trovas e acrósticos em louvor de suas confreiras, salientando seus predicados, estabelecendo uma atmosfera de poesia e carinho.



TROVAS


Trovas, trovas, ao fazê-las

eleva teu coração.

Semeia teu céu de estrelas,

de flores cobre teu chão.



Se não podes ser a rosa,

se teu viço não é eterno,

se a camélia, tão bondosa,

que floresce até no inverno.



Do pensador, do profeta,

nasce o direito sagrado,

mas só na voz do poeta

o Amor é glorificado.



Quis ser santa, em meu desvelo

nem à terra olhei sequer,

você veio e para tê-lo

mais que santa, fui mulher!



Um mundo inteiro eu lhe digo

quis dar-lhe um dia, porém

se você só foi amigo,

fui sua amiga também.


Assinatura de Argentina de Mello e Silva




Publicações: 


  • Trovas Dispersas, 1974.

  • Simplesmente… Trovas, 2° edição 1984.

  • Trovas De Minha Vivência



2006 - 3° Ocupante

Fotografia de Maria do Rosário  Knechtel com pelerine azul royal e brocado dourado

 Maria do Rosário Knechtel professora universitária, socióloga, nasceu em Palmeira-PR e seu brilhantismo despontou  aos 11 anos, passando  em primeiro lugar entre 7 alunas, quando foi examinada pela Professora Maria da Luz Erichsen, mais tarde Dorfmund, bisneta de Emilia Erichsen; também, passou em primeiro lugar entre 60 alunas, no exame de admissão do internato e Colégio Santa Ana em Ponta Grossa-PR, onde concluiu o ginásio e posteriormente a Escola Normal, hoje Instituto de Educação, sendo oradora do Grêmio Padre Anchieta; graduou-se em Pedagogia (1959) e Ciências Sociais (1970) pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) obtendo o 1° lugar no vestibular; fez mestrado em Ciências Sociais, em 1976, pela Universidade de São Paulo (USP);  doutorado, em 1977, em  Sociologia da Educação pela Universidade Federal de Santa Maria-RS (UFSM). É portadora de 2 PHD: 1° pós-doutorado, em 1983, em Madri e Barcelona (Espanha) e o 2° pós-doutorado, em 1992, na Alemanha pela Universidade Karlsruhe e de Berlim. É livre docente em Sociologia da Educação; professora pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento (MADE-UFPR). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Tópicos Específicos de Educação, atuando nos temas: educação ambiental, interdisciplinaridade, ensino superior, educação permanente inter-idades, multiculturalismo e políticas sociais. Participou de diversos congressos e fez palestras além do Brasil, na Espanha, França, Alemanha, Cuba e México. Como escritora tem diversos artigos científicos publicados em revistas na língua portuguesa e espanhola. Recebeu ‘Menção Honrosa’, em 2004, pela fundação do Curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da UFPR concedida em sessão solene por 10 anos de existência do curso; em 2014,  no ‘Dia Internacional da Mulher’, foi escolhida pelo reitor Akel, da UFPR para representar a ‘Mulher Universitária’ de destaque profissional “de lealdade, dignidade e exercício competente em todos os cargos assumidos, seja na docência, na pesquisa, na produção científica e nas representações que fez da UFPR em espaços nacionais e internacionais”; em 2024, recebeu o título de ‘Membro Honorário da Academia de Letras dos Campos Gerais’.  Assim refere-se o Professor Dr. Miguel Luiz Contani da Universidade Estadual de Londrina (UEL): “Jamais poderia imaginar que aquela  elegante senhora (no trajar e no falar), professora, viria tornar-se uma presença tão influente em minha vida, com orientações e extraordinária sabedoria, iluminação nas minhas mais importantes decisões futuras. Fiquei envolvido por uma emoção que não pode ser descrita, mas apenas no imenso afeto que dedico à minha professora. Tínhamos diante de nós na Pós-Graduação da Federal uma professora bastante antenada, competente, dinâmica e sempre  à frente do que de mais inovador ia sendo implantado pelo MEC na área científica. Segui sua preciosa sugestão e sou professor pesquisador, feliz na Pós-Graduação de Letras, na Universidade”. Mãe de dois filhos.


Acróstico de seu aluno Pedro Junior da Silva


Mulher de grande sabedoria

Ambientalista nata que sabe cuidar

Revolucionou a educação ambiental

Materializou a compaixão no olhar

Amando a todos, como Cristo nos faz lembrar


Dama de beleza ímpar ao falar

Olha com elegância para todas as criaturas


Romântica e apaixonada por seu eterno esposo

Ostenta perspicácia para a pesquisa

Saber cuidar é o seu lema

Amiga da sabedoria e da diplomacia

Rica de títulos acadêmicos, mas tem a humildade no coração

Informada sobre o seu entorno e sobre o planeta

Ósculo santo que todos tem como salvação


Fotografia de Maria do Rosário Knechtel
Revista O FAROL (Fundação de Estudos Sociais - FESP 2002)

Publicações:

  • Problemas da Educação Brasileira e Paranaense, 1970.

  • Educação Ambiental, Epistemologia e Metodologias, 2003.

  • Multiculturalismo Crítico e Processos Educacionais, 2004.

  • Cenários Normativos: Origem e Evolução da Pós-Graduação no Brasil e na FESP-ICSP, 2005.

  • Multiculturalismo e Educação Ambiental: dois campos de coexistência. UFPR-UEPG, 2010.

  • História de vida: uma socióloga e educadora paranaense da cidade de Palmeira por Orlando Klas e Relato de viagens de lazer e de interesse sociocultural por Maria do Rosário Knechtel, 2013.

  • Metodologia de Pesquisa em Educação: uma abordagem teórico-prática dialogada. INTERSABERES, 2ª Ed.Curitiba, 2014.

  • Justiça Restaurativa no Sistema Prisional: diálogos interdisciplinares e construção de novos saberes. Tribunal de Justiça do PR. UFPR. CASLA. UNINTER, 2024.


Assinatura de Maria do Rosário Knechtel





Fonte:

1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.

2- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.

3- Vozes de Emília: a trajetória da escritora Emília Dantas Ribas, 2024, com organização de Luísa Cristina dos Santos Fontes, ocupante da Cadeira n° 2 na AFLPR.



Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.


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