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Linha do Tempo Cadeira n° 3

Foto do escritor: academiafemininadeletraspracademiafemininadeletraspr

Atualizado: 24 de nov. de 2024


Arte com a linha do tempo com datas de posse e nome completo de patronesse e o ocupantes

Patrona

Desenho de Maria Cândida de Jesus Camargo

Maria Cândida de Jesus Camargo (1868 - 1949) educou-se em Ponta Grossa, foram seus mestres Da. Alzira Braga dos Santos e Antonio Martins de Araujo, conceituado poeta. Professora por vocação, exerceu o magistério em Jaguariaíva, Ponta Grossa, Prudentópolis, Cerrado e Morro das Pedras até 1919, ano em que se aposentou indo para Jaguariaíva, onde se radicou. Colaborou na Imprensa do Estado sob diversos pseudônimos: “Stela Maria”, “Miriam”, “Stela de Jesus”, “Aimar” entre outros e teve seus versos publicados em revistas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Personalidade de excelsas qualidades de espírito e coração, modéstia, no seu nível de cantora singela, enlevada pela poesia que cultivou até o fim dos seus 86 anos de vida útil e bela. Chamada em família de ‘Tia Canduxa’, sua bondade foi vivenciada em fatos como comprar passarinhos aprisionados em alçapão, para devolvê-los à natureza e também, comprar palha de milho e fumo para cigarro e jogar fora, impedindo que outra pessoa viesse a consumir. Nada revela melhor a poetisa que esta sua autobiografia:


Minha vida


Não ambiciono o farfalhar das sedas,

nem o brilho das pedras preciosas;

nem passeio por vastas alamedas

ou luz de asfalto em noites calorosas.


Nem do capricho as armadilhas tredas

envolvem-se nas redes ardilosas…

Amo o sossego dessas noites lendas

íntimas festas, suaves, jubilosas.


Não invejo a riqueza requestada,

a vida quero simples, recatada,

e que o mundo ignore que eu existo.


O que mais adoro e o que me encanta

é a poesia singela, pura e santa

de uma frase evangélica de Cristo.


Publicação:

  • Júbilo e Mágoas, 1958 (obra póstuma)

  • Antologia 'Um século de poesia: poetisas do Paraná’' - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.



1977 - 1° Ocupante

Foto de Mary Camargo

Mary Camargo (1906 - 1983)  nascida no município de Jaguariaíva - PR, professora, nominada pela consagrada poetisa Graciette Salmon “a voz do interior do Paraná”, uma homenagem para aquela que durante mais de meio século divulgou para todo o país, as belezas materiais e imateriais de significativa parcela interiorana do estado. Mary Camargo era o pseudônimo da escritora, poetisa e trovadora Marieta Camargo Turek. Professora normalista por formação e escritora por vocação, Mary Camargo lecionou para turmas do primário durante toda a sua vida profissional no extinto Grupo Escolar Izabel Branco (hoje Escola Municipal) em sua terra natal. Desde muito jovem por influência de sua tia materna Maria Cândida de Jesus Camargo - patronesse da sua cadeira -, consagrada poetisa ponta-grossense, articulou-se na arte da escrita, tornando-se colaboradora na imprensa local e regional, das revistas. Pertenceu a várias instituições culturais e no dia 4 de maio de 1978, em  sessão solene da Câmara Municipal, recebeu o Título de Cidadã Benemérita do município de Jaguariaíva.


assinatura de Mary Camargo



A lágrima


A lágrima é a expressão do sofrimento

De mágua acerba, em face entristecida…

Sintetizando d’alma o sentimento,

Encerra, às vezes, toda nossa vida.


Brota sempre uma lágrima dorida,

Na mocidade, em todo amor violento,

Gota divina d’alma desprendida,

Joia que brilha apenas um momento!


Com tristeza ideal, doçura leve,

Cálida e branca filha da Amargura,

Que meigo poema em seu rolar descreve!


Assim exprime divinal ternura,

E diz, também, quanto a existência é breve

Quando desliza silenciosa e pura.



Publicações:

  • Céus de Safira e Vales de Esmeralda - sonetos, 1940.

  • Turmalinas - sonetos, 1946.

  • Luar de Opala em colaboração com Rodrigo Júnior - sonetos, 1951.

  • Beiral das Estrelas - 1962 -  trovas, 1965


1984 - 2° Ocupante


Foto com pelerine da AFLPR de Denise Azevedo Duarte Guimarães

Denise Azevedo Duarte Guimarães é Doutora em Estudos Literários pela UFPR, com tese sobre poesia multimídia. Mestre em Letras pela PUC-PR, com Especialização em Literatura Brasileira pela UFPR e Licenciatura em Letras Português/Inglês pela UFPR. Professora aposentada da UFPR. Desde 1994 atua na Universidade Tuiuti do Paraná, nas áreas de Letras, Artes e Comunicação. Tem experiência em editoração de periódicos acadêmicos. Fundadora e vice-coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Cinema da UTP. De 2007 a 2010 foi vice-coordenadora do Mestrado em Comunicação e Linguagens da UTP. Integra o Doutorado e Mestrado em Comunicação e Linguagens da UTP, coordenando a Linha de Pesquisa Estudos de Cinema e Audiovisual. Com mais de 60 artigos publicados, recebeu os prêmios de Melhor Ensaio com ‘A ânsia do absoluto na poesia de Emiliano Perneta’ em 1981  e ‘A poesia crítico-inventiva’ em 1985.


Assinatura de Denise Azevedo





VENTO DE OUTONO 


Passas de leve… Passas murmurando

Por entre as frondes amarelecidas, 

Uma por uma as folhas arrancando,

Levando assim um turbilhão de vidas.


Passas de leve… Teu queixume brando

É o eco sonoro de emoções sentidas.

Voz que enternece, n`alma despertando

Sonhos, anseios, ilusões queridas.


Passas de leve… As aves afugentas…

Despetalas, nas tardes sonolentas,

Dos roseirais as flores ressequidas.


A alma deixando submergida em trevas,

Passas de leve… e assim passando, levas

Sonhos, anseios, ilusões querida…


Publicações:

  • A poesia crítica-inventiva, 1985.

  • Comunicação tecnoestética nas mídias audiovisuais, 2007.

  • Histórias em Quadrinhos & Cinema - Adaptações Alan Moore e Frank Miller, 2012.


Fontes: 

1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.

2- Antologia 'Um século de poesia: poetisas do Paraná’' - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.

3- Pioneiras do Brasil - Maria Nicolas, 1977, ocupante da Cadeira n° 24 na AFLPR.

4 -Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.

5- Mary Camargo - Biografia e Sonetos completos - Paulo Roberto Karam, 2018.

6- Pesquisa de Rafael Gustavo Pomim Lopes - Diário dos Campos, Ponta Grossa.

7- A palavra é “Cândida” desde o nome e por toda sua vida- Emanoel Reinaldo Caxambu


Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.


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3 Comments


Larissa Grabowski
Larissa Grabowski
Feb 19, 2024

"O que mais adoro e o que me encanta

é a poesia singela, pura e santa

de uma frase evangélica de Cristo"


Maria Cândida de Jesus Camargo (1868 - 1949)


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Tereza Karam
Tereza Karam
Feb 19, 2024

Mulheres fazendo a diferença na vida de outras mulheres! Pura inspiração!

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Tereza Karam
Tereza Karam
Feb 19, 2024

Linda a história da influência de uma tia sobre sua sobrinha!

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