Patronesse
Alice Braga de Abreu - Madre Maria Izabel de Sion (1901-1979) descendente de família tradicional paranaense, foi amiga de infância de Pompília Lopes dos Santos, fundadora da AFLPR. Desde pequena, demonstrava liderança com personalidade marcante, rápida e firme nas decisões, mas meiguice no trato com as pessoas. Educada no Colégio Sion, aos 24 anos fez o noviciado e, dois anos depois, a Profissão de Fé, adotando o nome da Santa do dia de seu nascimento: Madre Maria Izabel de Sion. Tornou-se educadora por excelência, austera, bondosa, cheia de amor pelos jovens, orientando, recriminando, perdoando, sendo criteriosamente justa, conseguindo ser amada e respeitada por eles. Sua necessidade de cultura, seu caráter e dedicação levou-a ao cargo de Diretora do Colégio Sion em Curitiba-PR, até fins de 1953; depois, Madre Superiora do Colégio Sion em São Paulo e Rio de Janeiro; em Petrópolis-RJ, tornou-se Mestra de noviças por mais de dez anos. Foi a primeira Provincial dos Colégios Sion do Brasil e construiu em Curitiba-PR o convento do ramo de clausura, único em todo o Brasil, ‘Convento das irmãs Contemplativas do Solitude’. Faleceu em plena atividade aos 78 anos, na pobreza, e seu enterro ocorreu com simplicidade, mas com a presença da comunidade de Vila Mariana em São Paulo.
1981 - 1° Ocupante
Luiza Steudel Iwersen (1922 - ?) nasceu em Curitiba-PR onde fez sua formação no Colégio Sagrado Coração de Jesus e na Escola Normal. Aos 15 anos de idade, incentivada por seu irmão, o poeta Reinaldo Steudel, escreveu seu primeiro soneto e foi apresentado por ele ao poeta Rodrigo Júnior, que passou a ser seu mestre. Entusiasmado com a poesia de Luiza, mandou-a para o Diário da Tarde, onde foi publicada. Desde então, passou a colaborar nesse jornal, não só com poesias, mas uma série de crônicas diárias usando o pseudônimo de “Mile Frúfrú” e “Flor d’Alisa”. Após seu casamento, passou a residir em São Paulo-SP onde colaborou com a página feminina do jornal ‘Estado de São Paulo’. Em 1970, enviuvou e passou a residir em Curitiba, lecionando na Escola Nabil Tacla, da Associação Paranaense de Reabilitação. Em 1974 , foi nomeada para a Secretaria do Trabalho e Assistência Social, atuando na Secretaria de Saúde e Bem Estar Social. Fez parte do quadro de associados do Centro de Letras do Paraná. Pessoa de presença marcante, serena e equilibrada, responsável nas suas atitudes, sua prosa reflete seu espírito justo. Na poesia, é suave e emotiva, parnasiana, desenvolve com sabedoria temas diversos, que a preocupam. Seu livro de poesias ‘Cigarra’ obteve em 1949, o 1° lugar no Concurso de Livros do Centro de Letras do Paraná, com o prêmio ‘Julia da Costa’. Foi presidente da AFLPR na gestão entre 1995 a 2004. Mãe de duas filhas.
SENTIR SAUDADES…
Sentir saudades… sim, tem amargo sabor,
Muito amargo, mas é doce e raro também.
Sentir saudades… gera a tristeza e o amargor,
Mas que ventura estranha e infinita contém!
Sentir saudades… lembra um espinheiro em flor…
Traz fúria de beijar ou de matar alguém;
Dá ânsias de asas ter para a amplidão transpor,
E, não podendo voar, destruir quem as têm.
Publicações:
Cigarra - poesia, 1950.
Nesga de Sol - poesia
Retalhos da Vida - crônicas
Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
2006 - 2° Ocupante
Isabel Sprenger Ribas nasceu em Paranaguá-PR, licenciada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), residiu em Brasília-DF por vinte anos e como concursada, aposentou-se pelo IPEA/ Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, no cargo de Técnica em Planejamento e Pesquisa. Possui várias publicações técnicas e literárias e participações em antologias. Foi voluntária e exerceu cargos como Soroptimista Internacional e pertenceu ao Centro Paranaense Feminino de Cultura. Mãe de três filhos.
Trecho do livro ‘O Poeta e a Nuvem Menina’:
Nuvem Menina estava muito triste. Hoje o Poeta não havia aparecido…
Para cá e para lá, naquela imensidão bonita que é o céu, vagando naquele espaço imenso, a pequenina e branca nuvem sentia demais a sua falta.
Afinal, o que teria acontecido com ele, pensava ela?
Poeta, meu poeta. Poetinha do Saber,
Vem outra vez, vem de novo para cá.
Outra conversinha vamos ter
Para novas coisas eu aprender!
Publicações:
…quase entre aspas, cheio de reticências, 2002.
Mulheres de coragem, 2006.
Instituição Lanche das Gatas, 2012.
Revisitando minha memória, 2012.
O Poeta e a nuvem menina, 2015.
Aconteceu em Curitiba - romance colaborativo, 2015.
Efervescência em Ebulição
Homem que Ensinou a Amar
3° Ocupante - 2018
Kazuco Akamine, paulista de nascimento, paranaense de coração, é descendente de imigrantes da Ilha de Okinawa, que vieram trabalhar nas plantações de café no início do século XX. Poetisa, palestrante e escritora, foi educada num internato japonês em Lins-SP, onde aos 14 anos foi vencedora de um concurso estadual de oratória em japonês. Cursou Hana Yome Gakô, com filosofia SEISHO NO IE em São Paulo-SP. Empreendedora, aos 16 anos criou um Instituto de Beleza; aos 18 anos colaborou semanalmente com o jornal ‘Gazeta de Bauru’ com artigos na área da beleza; aposentou-se como empresária da ‘Akamine & Cia Ltda’, designer na área da alta costura; atualmente é fundadora e diretora da Associação Kazuco Akamine em Campina Grande do Sul-PR, atendendo crianças no contraturno escolar, com atividades musicais, esportivas e lúdicas. Sua história de vida está repleta de trabalhos voluntários e de gestão, como a co-fundação do ‘Conselho da Mulher Empresária’ e ‘Mulheres de Negócio (BPW); Diretora de Cultura de Campina Grande do Sul-PR; em 2020 recebeu da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná ‘Menção Honrosa’ pelo trabalho realizado com a Associação Kazuco Akamine; em 2022 recebeu o título ‘Cidadã Honorária de Campina Grande do Sul’. Faz parte de várias instituições culturais, incluindo o Centro Paranaense Feminino de Cultura. Participou de antologias na Suíça, França e Brasil e, a venda de suas produções literárias são revertidas para instituições de ação social. Mãe de dois filhos.
Trecho do livro ‘Kaná’:
Enquanto ambos caminhavam a passos lentos até uma sala onde sempre havia chá, o nosso intelectual pensava: "Incrível o movimento da vida, e onde ele nos enquadra. O meu parente, que não se despertou para a vida de Nara, teve oportunidade de estar lá e eu, que tanto me interesso, não pude ir. Por que não faz a vida um trabalho integral conosco, completando o ciclo dos nossos interesses? Tive acesso às informações, despertei-me e não pude estar lá e ele, que não acordou para a história, esteve, e bem provavelmente não chegou a se sensibilizar. Por que a vida é assim? Ou será que ela quis racionalizar a distribuição das oportunidades? Deixa-nos incompletos para aguçar a nossa busca constante? Mas se tudo viesse completo, seria tão mais prático e agradável. Porém, incompletos, talvez obriguemo-nos a trocar informações, nos tornamos humildes, mobilizamo-nos e nos tornarmos mais ágeis mentalmente. E, talvez faça mesmo parte da sabedoria da vida não nos dar oportunidades totais, mas não tenho disposição para perguntar a ele o que viu lá de mais pitoresco, ou coisas alusivas às quadras bem traçadas ou às construções. Não, não tenho essa disposição".
E a conversa, enquanto degustavam o chá, ficou em torno de qualquer banalidade. Mas valia estar lá naquele momento, pois o chá, naquela temperatura, com aquela densidade tão acertada, parecia um bálsamo do céu a deslizar peito abaixo, reconfortando o corpo e a alma. Sentir a temperatura do chá, antes de levá-lo à boca, com a xícara sem alça, totalmente envolta na palma das duas mãos, também levava a um prazer singelo, indescritível.
Incrível. Como uma coisa tão simples era capaz de conduzir o ser humano ao sereno prazer.
Publicações:
Lançando a Lua - poesias, 2013.
Kaná - Da Terra do Sol Nascente para a Terra dos Frutos de Ouro, 2016.
Antologia - Contos Curitibanos, 2004.
Antologia - Por um mundo melhor, 2015.
Antologia - Paz é posso… onde existe amor, 2016.
Antologia - Tempo de Dizer, 2017.
Antologia- Palavras que Tocam, 2018.
Antologia - Café & Açúcar, 2020.
Fonte:
1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.
2- Cigarra - poesias - Centro de Letras do Paraná, 1950.
3 - Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Femino de Cultura, 1959.
4- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.
5- Kaná - Da Terra do Sol Nascente para a Terra dos Frutos de Ouro, 2016.
6- Oito Décadas - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 2018.
Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.
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