Patronesse
Mariana Coelho (1857-1954) nasceu em Portugal e em 1892 fixou-se em Curitiba; exerceu o magistério, fundou e dirigiu o Colégio Santos Dumont e foi diretora da Escola Profissional República Argentina. Escritora em prosa e algumas poesias, foi uma feminista atuante, acreditando e investindo na educação formal das mulheres para a conquista da sua liberdade financeira. Com vários livros publicados, seu destaque é para ‘A evolução do feminismo’ publicado em 1933 e reeditado em 2002 pela Imprensa Oficial do Paraná:
“Ora, a mulher que apenas sabe ser dona-de-casa, é incapaz de viver do seu trabalho, não se pode tornar independente - está fatalmente condenada a ser escrava - ou dos parentes ou dos estranhos, quando não consiga uma miserável pensão para não morrer de fome! De mais a mais, que sua profissão a não inibe absolutamente de ser, em todo o terreno, muito boa dona-de-casa.”
Miragem
Vejo-te, expressiva imagem
Desde áureos sonhos pueris!
Só tu me infundes coragem,
Me reanimas, me sorris,
Da minha dor na voragem,
Nas minhas mágoas senis:
Vejo-te - ideal miragem,-
Envolta em prantos febris!
Tu és a imagem que incute
Nesta alma - onde repercute
A intensa luz desse olhar,
O mais puro sentimento...
Que em solene juramento
Te venho aqui consignar.
Publicações:
Discurso, 1902 - proferido na Loja Filhas de Acácia.
Paraná Mental - história literária,1908.
A Evolução do Feminismo - estudo social, 1933.
Um brado de revolta contra a morte violenta - conferência, 1935.
Linguagem - tese, 1937
Cambiantes - contos e fantasias, 1940.
Antologia ‘Um Século de Poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
1973 - 1° ocupante
Odila Portugal Castagnoli (1907-1999) professora, nasceu em Campo Largo-PR mas sua formação aconteceu em Curitiba-PR como Professora Normalista pelo Instituto de Educação em 1924. Presidiu durante 23 anos a ‘Legião Brasileira de Assistência’ de Campo Largo e durante a guerra trabalhou intensamente levando conforto material e sossego espiritual aos combatentes e suas famílias. Dirigiu por mais de 10 anos o ‘Grupo Escolar Macedo Soares’ e por três anos, foi inspetora de ensino. Contribuiu para colunas de jornais em Curitiba e Campo Largo. Vinculou-se a várias entidades culturais como a Associação de Jornalistas e Escritores do Brasil; o Centro Paranaense Feminino de Cultura que lhe concedeu o título de ‘Mãe do Ano’ em 1976 e o Centro de Letras do Paraná que em 1943, premiou seu livro ‘Gotas Dispersas’. Autora de vários livros, notabilizou-se por ter criado a Letra do Hino de Campo Largo. Sua poesia é por vezes lírica e outras épica, paranasiana há muita suavidade e emoção em seus poemas. Seu nome está imortalizado no ‘Lar Escola Odila Portugal Castagnoli’ em Campo Largo. Foi a primeira jornalista de Campo Largo e a primeira professora a receber o título de vulto emérito da cidade. Viúva e mãe de um filho médico, que faleceu jovem adulto.
O professor ideal
Sente, ainda, o encanto de viver,
Em sua alma soam risos e ternuras,
Não brotaram os instantes de sofrer,
Nem venceram, seu ideal, as amarguras.
Foi o sol a brilhar, que viu primeiro,
Clareando o caminho da jornada,
E a treva, no seu sono derradeiro,
Despediu-se da noite enluarada.
E vai indo, pela vida, sem quimeras
Só ao encontro de novas primaveras,
Dando tudo o que tem “o seu amor”
O seu mundo é o mundo da criança,
A sua glória é toda essa esperança:
De ensinar o evangelho do Senhor!
Publicações:
Gotas dispersas - poemas
Rumos e Marcos de Minha Terra
Da estrada quase o fim - poesias
Autografia de Autores
Meu filho, médico, polianteia
2° ocupante
Shyrlei Maria de Andrade Queiroz (1936 - 2019) nasceu em Rio Negro-PR e seu primeiro poema foi escrito aos 8 anos de idade intitulado ‘A família dos Sabiás’. Formou-se em Letras em 1974 pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), exercendo a docência em língua portuguesa e literatura. Deixou crônicas e poemas nos jornais Gazeta do Povo e Diário Popular. Escritora com diversos livros publicados, do verso livre ao poema formal, do haicai ao soneto, de contos e crônicas. Foi membro de várias entidades culturais incluindo o Centro de Letras do Paraná, Centro Paranaense Feminino de Cultura e ocupando a Cadeira n° 35 na Academia Paranaense da Poesia. Mãe de quatro filhos.
NO ESPAÇO
A noite se estende devagar
sobre as coisas.
O sol se quebra no infinito,
em minúsculos fragmentos de luz.
No silêncio morno,
tudo parece meditar,
enquanto,
distraidamente,
escrevo no espaço
o beijo que não vou poder te dar...!
Publicações:
Uma rosa na chuva, 1974.
A menina, a flor e a borboleta, 1975.
Luas de angústia, 1979.
É tempo de valsa, outra vez, 1996.
Eclipse total, 1997.
Helena Kolody - mestra na vida e poesia, 1997.
À sombra do arco-íris, 1998.
Poesia este sonho inexplicável, 2000.
À sombra da cruz, 2001.
Relicário de sonetos, 2004.
Arice no mundo das palavras, 2007.
Flor do pântano, 2008.
2023 - 3° Ocupante
Tereza Cristina Karam nasceu em Curitiba-PR, é filha do poeta e pesquisador literário Paulo Roberto Karam sendo sua aluna no ensino fundamental no Colégio Hildebrando de Araújo, concluído com várias medalhas por notas excelentes, incluindo a ‘Medalha de Melhor Aluna do Ano’ em 1983. Sua formação continuou no ensino médio com o ‘Curso de Edificações’ no Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR), atualmente Universidade Tecnológica Federal (UTFPR); obtendo a qualificação de desenhista arquitetônica, trabalhou durante um período nesta área, influenciando sua atuação em Psicologia Ambiental. Psicóloga formada em 1992, e pós-graduada em 2002 em Gestão da Qualidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atua como psicóloga clínica e organizacional no ‘Desenvolvimento de Liderança’ e ‘Trabalho em Equipe’ e foi professora de pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Com formação em Gerontologia, foi professora em diversos programas de ‘Faculdade Aberta à Terceira Idade’ e instrutora do SENAC-PR. Palestrante em eventos aberto ao público pela Prefeitura Municipal de Curitiba, SESC, SENAC, OAB. Em 2019, alinhando ciência e arte, redesenhou suas palestras adotando o formato Palestra-show, fazendo parte do ‘Dia Mundial da Criatividade’, evento endossado pela ONU e apresentado no SESC-Paço da Liberdade. Em 2022, com projeto selecionado pela Lei de Incentivo à Cultura, da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e patrocínio do Grupo Positivo, fez seis apresentações da peça teatral ‘Pulsando a Vida em Alta - manejo inteligente das emoções’. Psicóloga colaboradora com artigos e matérias em sites e jornais, incluindo o jornal ‘Gazeta do Povo’; convidada para programas de rádio, TV e PodCast. Escreve em blog desde 2010, é membro do Centro de Letras do Paraná e na Academia Feminina de Letras do Paraná, ocupa o cargo de Diretora de Comunicação na Gestão 2024-2026. Mãe de dois filhos.
Coração estrelado
Sei que é tarde,
mas não tarde demais!
Aguardo as estrelas:
elas vêm num piscar!
O que sinto?
Calmaria,nostalgia...
No peito?
Batendo ,nem mais,
nem lento.
Nem acelerado...
coração ritmado!
Talvez mais ressonante,
expressando o que já foi
e não mais será!
Foi...amor,
sonho e paixão!
Agora...lembrança!
Mais suave,
mais acomodado,
mas...ainda pulsante!
Se sinto dor?
Não vejo assim!
Vejo paz em saber
que fui e fiz!
Que não hesitei
em me dar!
Arrependimentos?
Alguns...não grandes!
Mas uma certeza:
não me arrependo
da intensidade do meu amar!
Publicações:
Fonte:
1 - Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.
2- Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
3 - Pioneiras do Brasil - Maria Nicolas, 1977, ocupante da Cadeira n° 24 na AFLPR.
Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.
Que trabalho exemplar! Fico emocionada ao ver tamanha quantidade de mulheres fantáticas reveladas por meio de seu trabalho de historiadora. E conhecer cada uma delas é muito inspirador.
Que incrível toda esta conexão!
Muito honrada por fazer parte desta história!