Patronesse
Júlia do Amaral Di Lenna (1877 - 1964) professora, fez sua formação em internato na Escola Americana, dirigida por Miss Kulh e Miss Dascomp e posteriormente, aulas particulares com o prof. Arthur Loyola. Após a viuvez prestou concurso de suficiência e foi nomeada professora, no governo do eminente Dr. Caetano Munhoz da Rocha e em 1920, escolhida para reger a Escola Subvencionada Federal da Colônia Santa Cândida; em 1925 tornou-se Inspetora Geral do Ensino na Colônia Argelina, assinado pelo Senhor Antônio Bittencourt. Seu nome foi imortalizado no ‘Grupo Escolar Júlia do Amaral Di Lenna’. Mãe de duas filhas, incluindo Selene do Amaral Di Lenna Sperandio.
Soneto do poeta Francisco Perreira da Silva - presente de aniversário para Júlia do Amaral Di Lenna
Feliz quem pode ser, como vós sois, Senhora,
mestra e Mãe-haurindo, assim, de místico labor,
Tudo o que próprio Ser, dentro de si, demora,
Em laivos de perdão e esperança em flor…
Educar e instruir dupla missão que, embora,
Seja apenas matiz de inconfessável dor,
Guarda no seio bom a luz de nova aurora
E a promessa do Bem que jamais perde a cor…
Mestra e Mãe-duplo afã que dentro em vós ressalta,
Toda imensa expressão do amor que não vos falta
A vibrar a florir em confortos ideais.
Mãe. Sabeis exornar tudo que vos rodeia
Mestra em cada lição distribuis a ideia
Que é poema de fé sintetizando em ais…
1971 - 1° Ocupante
Selene do Amaral Di Lenna Sperandio professora, nasceu em Rio Negro-PR, foi aluna na escola dirigida pela sua mãe e Patronesse; cursou a Esccola Normal Secundária em Curitiba, tornando-se professora normalista e posteriormente fez vários cursos de aperfeiçoamento. Ainda estudante, foi nomeada adjunta da Escola da Colônia Argelina; depois de formada, trabalhou no ‘Abrigo de Menores’, na ‘Escola de Trabalhadores Rurais Dr. Carlos Cavalcanti’, na ‘Escola da Barreirinha do Ahú’ e no ‘Grupo Escolar Barão do Rio Branco’, onde se aposentou. Como escritora, usava o pseudônimo “Madame Felicidade” publicando crônicas no ‘Jornal Diário do Paraná’ em 1960 e em 1962 tornou-se responsável pela coluna domingueira ‘Noticiário Cultural’, do Jornal Gazeta do Povo. Atuante no campo cultural, foi Presidente da Associação de Jornalistas e Escritora do Brasil (AJEB-PR) em 1974 até 1976; na Academia Feminina de Letras do Paraná substituiu a Presidente Pompília Lopes dos Santos por 15 anos, entre 1980 até 1995; pertenceu ao Centro Paranaense Feminino de Cultura fazendo parte da Diretoria em 2002 até 2004. Mãe de cinco filhos.
OS QUADRADOS (1977)
É interessante que as pessoas decentes que se levantam contra essa avalanche de pornografia e erotismo que invade a vida do brasileiro nos teatros, nos filmes, nas novelas, nas revistas, sejam consideradas quadradas e antiquadas.
O modernismo de empregar o palavrão como elegante, usar droga, aceitar a mulher desnuda, usando-a como objeto nos anúncios dos produtos mais comuns, tudo isso é normal em mentalidades estreitas e perniciosas. É uma escola de obscenidade e cinismo.
Aos poucos, tudo se foi alastrando como uma epidemia e sendo aceito por grande parte de gente que, sem preparo ou defesa, se incorporou nessa vergonhosa realidade.
É de lamentar que, de início, não houvesse um BASTA! da parte de quem tivesse autoridade para tal.
Onde está a censura? Os censores não possuem família para zelar por ela?
Às oito horas da noite crianças assistem casais em posições eróticas e estratégicas, tão perniciosas que até meninas de 4 anos, já falam em beijo na boca, de tanto presenciarem cenas como essas.
A decadência espiritual está aí. As criaturas estão quase inconscientemente, voltando à era primitiva da selvageria.
O homem quando se degrada, coloca-se abaixo do irracional.
Publicações:
Um Feixe de Emoção, 1971.
Tudo só Coração
Quem Somos - biografia da família Ferreira do Amaral
Os Meus
2006 - 2° Ocupante
Iolanda Tecla da Silveira nasceu em Mafra-SC, jornalista e palestrante. Estudou Agronomia, Jornalismo, Paisagismo e Ciências Econômicas. Por ter casado com diplomata estrangeiro residiu em vários países da Europa, América e África, motivo pelo qual não conseguiu concluir todos os seus estudos. Em Angola, durante 16 anos, exerceu o jornalismo nos principais jornais de Luanda; diretora da revista ‘Mundo Verde Azul, especializada em paisagismo residencial; articulista e repórter da Revista de Angola, de Luanda; membro do grupo literário angolano ‘Elos', como única representante feminina; participou em programas gravados da Rádio Clube de Angola; fundou a ‘Liga dos Amigos da Criança’, instituição benemérita da qual foi Presidente durante os anos em que residiu naquele país. Voluntária da Cruz Vermelha Portuguesa de Luanda, integrante da Comissão de Cultura e Propaganda, foi chefe dos serviços informativos da instituição por mais de 10 anos; socorrista e instrutora de primeiros socorros durante o mesmo período; foi agraciada pela instituição com a Placa de Prata por Altos Serviços. Como escritora é romancista, ensaísta e poetisa, publicou livros no Brasil e em Angola. O romance ‘A Noite da Nossa Angústia’ (Editora Argos - Luanda - 1962), foi best-seller no ano da sua publicação, com duas edições esgotadas em poucas semanas e exemplares em bibliotecas, também, de Portugal. Segundo uma seleção promovida pela University of Wollongong, da Austrália, o nome da autora foi incluído na lista Women Writting Africa, como uma das escritoras africanas do ano. Exemplares da obra também se encontram na Biblioteque de L'Université Laval, no Pavilhão Jean Charles Bonenfant, em Quebec, Canadá. Tem participações em várias antologias da ‘Feira do Poeta’ em Curitiba. Atuante na cultura é membro do Centro de Letras do Paraná; do Centro Paranaense Feminino de Cultura ocupando o cargo de 2° Bibliotecária no biênio 2024-2026; e na Academia Feminina de Letras do Paraná atuou como 1° Secretária no biênio 2020-2022, 2° Secretária no biênio 2022-2024, 2° Vice-Presidente no biênio 2024/2026. Recebeu várias homenagens da Câmara Municipal de Curitiba: Medalha de Honra ao Mérito (Literatura); Votos de Louvor e Congratulações; Votos de Congratulações e Aplausos. Também usa, literariamente, o sobrenome BALBOA (Iolanda de Balboa) por ter sido sua identidade anterior, com a qual assinou os seus primeiros livros. Mãe de um filho.
ANTES DA NOITE
Um pouco mais e descerá a noite.
Sombras esquivas vêm e vão, cansadas
da velha luta de fazer sem ser
dissolvendo as estrelas inventadas
nas urgências cinzentas do viver.
Um pouco mais o diluir das cores,
voos incertos, cantos silenciosos
na voragem da noite que ora vem,
povoada de cortejos invasores.
A solidão é uma tristeza quieta.
Na planície do amor não está ninguém.
Porém, nos horizontes da esperança,
enquanto devagar a noite avança
uma réstia de luz não vai embora.
Clareia o sonho, a estrada, o caos, a vida
sede de luz de pronto esmaecida,
e dentro da alma uma canção de aurora.
Publicações:
A Noite da Nossa Angústia - romance
O Cordeiro da Meia Noite - romance
Com um Gato no Colo - romance
O que Você Leva aí? - contos
De Salto Alto nas Pedras - romance
A Bíblia Segundo a Escrava Agar - ensaio, 2001.
Profecias do Fim do Mundo, Erros e Acertos - profecias, 2011.
Fonte:
1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.
Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.
Inspiração pura!