Patronesse
Carolina Petrelli da Silva (1898 - 1930) professora, nasceu em Curitiba-PR, iniciou sua formação na Escola Republicana e posteriormente na Escola Normal, diplomando-se em 1919. Iniciou no magistério como substituta da Profa. Pompília Lopes dos Santos e depois, como adjunta do Grupo Escolar ‘Prof. Brandão’. Poetisa inspirada, no dizer de Rodrigo Júnior, seus versos ficaram esparsos pelas páginas dos jornais e revistas de Curitiba. Colaborou exaustivamente na Imprensa, nos jornais ‘Gazeta do Povo’; ‘Diário da Tarde’; ‘Álbum do Paraná’, ‘Comércio do Paraná’; ‘Senhorita’(1920); ‘A Escola’; ‘O Estado do Paraná’, ‘Jornal dos Poetas’; ‘O Paraná em revista’ (1938). Mãe de um filho. Não publicou livros mas suas poesias estão em:
Sonetos Paranaenses - Leo Júnior, 1922.
Anthologia Paranaense – Rodrigo Júnior, 1938.
Antologia ‘Um Século de Poesia - poetisas paranaenses’ do Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
JAMAIS
Perdoar-te?... Mas, reflete...Imenso foi teu crime,
Terrível foi teu erro, enorme a tua falta,
E o teu mau proceder tanto negror exprime
Que, se ouso recordá-lo, a cólera me assalta.
Perdoar? Sim, eu bem sei que o perdão é sublime,
É sossegar um ser que a angústia sobressalta,
E o bom, tudo olvidando, a castigar se exime,
Na isenção que o sublima e no dulçor que o exalta.
Perdoar? Tudo esquecer? A amargura sombria
Das lúridas manhãs, das noites augurais,
E o que por ti chorei nas garras da agonia?
Perdoar? Tudo esquecer? Deixa que eu morra em ais,
Sufocada de amor e de melancolia,
Pois que a vida eu te dou! Mas, o perdão... jamais!
1981 - 1° Ocupante
Eleonora Brasil Pompeo professora, nasceu em Curitiba-PR, sua formação incluiu a Escola Normal, Atualização da Mulher, Psicologia, Relações Públicas, Dicção e Pedagogia; atuando como professora na Escola Maternal Annette Macedo e Inspetora Escolar na cidade da Lapa-PR. Filha o escritor e poeta Silvas Brasil, começou a compor quadrinhas rimadas com quatro anos de idade, datando desta época a que dedicou à sua mãe, em dia de aniversário:
Faz anos que nasceu a rosa
Este roseiral em flor
A Mamãe que é tão formosa
E a quem tenho tanto amor.
Sob o tema Poeta, foi sua trova laureada com medalha de ouro nos X Jogos Florais de Curitiba em 1978; obteve 1º lugar no concurso de monografias Schaffemberg de Quadros, organizado pelo Lions Club Centro de São José dos Pinhais, em 1978. Assim refere-se à ela a fundadora da AFLPR, Pompília Lopes dos Santos: “Eleonora Brasil Pompeo é suave e sensível. Elemento cordial no seio das instituições culturais. É estimada por todas as suas confreiras… Trovadora repentista, alegra as reuniões sociais com seus bonitos improvisos”. Sua confradessa Suzette Dubard ocupante da Cadeira n° 25, assim avalia seu trabalho literário: “Suas primorosas poesias, emanadas do sutil encadeamento natural das ideias, nascidas da inspiração cintilante, nos transporta aos páramos mais altos e vemos na Autora um dos mais representativos valores intelectuais da nossa terra”. Pertenceu a várias entidades culturais como o Centro Paranaense Feminino de Cultura; Academia José de Alencar; UBT-PR; Pen Club do Brasil; Sala do Poeta, atual Academia Paranaense da Poesia como primeira ocupante da Cadeira n°9 tendo como patrono seu pai, Silvas do Brasil. Mãe de quatro filhos.
OS DOIS MÁRTIRES
Mundo de paz, amor e felicidade
foi o que Jesus Cristo idealizou,
em paga recebendo a crueldade,
nessa missão um Judas encontrou.
Para o Brasil, buscando a liberdade,
Tiradentes um sonho bom sonhou
mas, de um Silvério a ingrata falsidade,
ao suplício da forca o condenou.
E ambos se confundem no martírio
perante a turba da insânia em delírio,
tragédias, que chorando, recordamos.
Ante os dois vultos, respeitosa ajoelho:
- Se Cristo nos outorga o Evangelho,
Tiradentes a pátria que adoramos.
Publicações:
Antologia ‘Um século de poesia - poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
Cântaro Vazio no Anuário dos Poetas do Brasil - Aparício Fernandes, 1979.
Um Pouco de Mim, 1982.
1989 - 2° Ocupante
Clotilde Espinola Leinig (1913 - 2009) professora, musicista, nasceu em São Mateus do Sul-PR. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar São Mateus do Sul e mudou-se para Curitiba-PR com a família, continuando sua formação no Colégio Novo Ateneu e na Escola Normal Secundária, hoje Instituto de Educação do Paraná. Tendo revelado talento para música desde pequena, fez o curso de piano e violino, diplomando-se pela Academia de Música do Paraná e Instituto de Música do Paraná; fez Canto Orfeônico no Conservatório Nacional do Rio de Janeiro, sendo aluna do Maestro Heitor Villa-Lobos; em 1968 viajou para os Estados Unidos para fazer estágio em Musicoterapia no Strong Memorial Hospital, Eastman School of Music, The Paul Hospital, Delgado Center, Central Louisiana State Hospital; tornando-se Membership da National Association for Music Therapy (USA). Foi a Primeira Diretora Fundadora da Faculdade de Educação Musical do Paraná, criando o curso de Musicoterapia. Com esta formação atuou como Chefe do serviço de Educação Artística no Paraná, designada pelo Ministério da Educação e Cultura; foi Diretora do Conservatório Estadual do Canto Orfeônico. Premiada com o ‘Título Notório Saber na Área da Saúde em Musicoterapia’ e o Troféu ‘Mulheres de Ciência ‘Glaci Zancan’ da Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Como escritora, teve diversos artigos publicados em revistas, escreveu dois livros e uma rádio novela. Mãe de quatro filhos.
Publicações:
Tratado de Musicoterapia, 1977
Música e Ciência
2011 - 3° Ocupante
Rita Camargo Caldas, professora, nasceu em Curitiba-PR e fez sua formação no Instituto de Educação do Paraná, atuando como professora primária nos Colégios Hildebrando de Araújo e Cristo Rei, em Curitiba. Com seu casamento passou a residir em Guarapuava-PR e além do magistério, sua atuação envolve vários cargos e trabalhos em organizações: Coordenadora Nacional de “Missão” do 5° Pilar do Renaissance “Missão”; Clube Soroptimista para o biênio 2010/2012; Secretária Geral gestão 2005/2007 da Academia de Letras, Artes e Ciências de Guarapuava; Presidente do Conselho Municipal da Mulher gestão 2007; Coordenadora da creche Madre Clélia Merlone por duas gestões; Vice-presidente do Rotary Guairacá gestão 2001/2002; Protocolo do Rotary gestão 2002-2003; Presidente do Rotary Guairacá gestão 2003/2004; Secretária de Atas do Centro de Nutrição Renascer, gestão 2002/2003; Autora do Projeto de Homenagens a 10 Profissionais pelo Rotary Guairacá com Moção Honrosa da Câmara por este projeto; Projeto Encontro das Gerações; Coordenadora do Projeto Soroptimista para Instalação da 1ª Delegacia da Mulher; Projeto: Valorização da Vida Combatendo as Drogas e Álcool; Membro do Conselho Consultivo Comunitário da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO de 2003/2005; Amigas de Bethânia – dependentes químicos há 2 anos; Membro da Pastoral Familiar – Grupo Bom Pastor há 3 anos; Muitos anos de trabalho no Seminário de Guarapuava; Na instituição Lobo Solitário desde a instalação; Colaboradora do SOS – visitas, festas, dia das mães, dos pais, chás, vendas de ingressos para festas; Participação em todas as vacinações junto ao posto de saúde; Participação em diversas campanhas de solidariedade – distribuição de alimentos, roupas, etc.; Membro atuante da antiga Liga do Câncer; Membro do Conselho da ACCOPEC – Doentes de Câncer. Como escritora, possui mais de 100 artigos entre contos e crônicas publicados no Jornal ‘Diário de Guarapuava’; inúmeras poesias publicadas; contribuição mensal para revista ‘Incentivo Cultural’ e contribuição para o Jornal Santiaguenses, com crônicas em 2006. Mãe de dois filhos.
O TEMPO
Nesta vida acelerada e exigente
O destino caprichoso e incógnito
Faz promessas
Acalenta sonhos…
E como menino travesso
Faz e desfaz ilusões
Virando a vida do avesso
O tempo, qual vento célere
E senhor das épocas,
Com a delicadeza de um artesão
Em uma risca passageira,
Desaparece,
Deixando apenas o passado
Que amarelece com os anos.
E como sutil milagreiro,
O tempo
Cura ferida,
Arrefe mágoas
Seca lágrima
Em seus ombros estoicos
Leva os sonhos e os anos
Deixando apenas os momentos
Que são lembrados e sorvidos
Como um troféu de vitória
O tempo, juiz inclemente,
Risca os rostos
Com marcas na face
Com marcas na alma
E o jovem de ontem
Conta a sua história
pela face e o semblante
Com a autenticidade de um pintor.
E os sulcos são os recibos
Da trajetória
Cobradas pelo tempo.
Publicações:
Fagulhas da Imaginação, 2007.
Arquitetando Sonhos, 2008.
Celeiro dos Sonhos, 2012.
Fonte:
1 - Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.
2 - Pioneiras do Brasil - Maria Nicolas, 1977, ocupante da Cadeira n° 24 na AFLPR.
3- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.
4- Celeiro dos Sonhos, 2012.
Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.
Histórias maravilhosas! Parabéns pelo trabalho hérculeo de pesquisa!