Patronesse
Ada Macaggi Bruno Lobo (1906 - 1947) compositora, musicista e professora, nasceu em Paranaguá-PR e desde os 5 anos de idade brilhava em festas literárias recitando versos sonoros. Seu primeiro livro’ Vozes Efêmeras’ foi escrito aos 14 anos. Após seu casamento, passou a residir no Rio de Janeiro-RJ e seu segundo livro ‘Taça’ publicado em 1933, recebeu menção honrosa pela Academia Brasileira de Letras. Suas excelentes produções ilustraram as páginas de jornais do Paraná como a ‘Gazeta do Povo’. Sua poesia tem o vigor do otimismo, revelando um erotismo avançado para a época, manifesta-se dentro dos moldes do ‘Modernismo’, mesmo assim em seu primeiro livro ‘Vozes Efêmeras’ ela pratica o verso rimado de cunho ‘Simbolista’. Faleceu entre acordes musicais: sentindo-se mal enquanto assistia a um concerto, foi retirada do teatro inconsciente. Mãe de uma filha.
Vozes Efêmeras - Oferenda
Vozes que à voz dos ventos emudecem,
folhas que o vento atira à margem do caminho.
São as vozes do meu sentir
que eu fixei
no disco deste livro,
e que se hão de extinguir
com a minha juventude.
O livro é teu.
Não o tentes definir
porque o livro sou eu
e eu sou mulher.
Busca apenas compreender
que ele traz todo o meu sentir,
toda a sinceridade
da minha mocidade.
Publicações:
Vozes Efêmeras - poesias, 1927.
Taça - contos, 1933.
Ímpeto - poesias, 1947.
Antologia ‘Um Século de Poesia: poetisas do Paraná’, 1959.
1972 - 1° Ocupante
Nair Cravo Westphalen (1908 - ) nasceu em Curitiba-PR, educou-se no Externato São José-SP e cursou a Escola Normal de Itapetininga. No Paraná exerceu o magistério como professora primária nas cidades de Teixeira Soares e Tibagi. Com o pseudônimo de ‘Semiramis’, publicou crônicas, contos e poesias em jornais e revistas de Curitiba, entre 1924 e 1929. Foi nomeada por decreto, em 1926 para o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para exercer as funções de editoração da Revista ‘Paraná Judiciário’, sendo a primeira mulher a ser nomeada no Quadro do Poder Judiciário. Pertenceu a várias entidades culturais e filantrópicas e foi co-fundadora e presidente da ‘Sala do Poeta’, transformada em ‘Academia Paranaense da Poesia’. O livro ‘Cantando os Pinheirais’, inscrito em 1963 no Concurso Literário do Centro de Letras do Paraná, recebeu o prêmio ‘Prosdócimo S.A.’ para poesia infantil, e foi adotado pelo Governo Estadual nas escolas primárias no Estado do Paraná. Recebeu a honraria de ‘Mulher Destaque Mundial’ pelo Clube Internacional Soroptimista de Curitiba, no ano de 1976.
Deixai o Coração Falar
Quando te sentires vencida,
rudemente maltratada, combalida
por acerba tristeza ou solidão,
pensando que ninguém te espera
a consolar a dor que te lacera
na dúvida ou ingratidão.
Medita, não procures em vão
e consulte teu ansioso coração.
Vamos, ele nada te diz?
Nem recrimina? Então...
Pensa em Deus e sê feliz!
Deixe que o pensamento se eleve
nas asas da inspiração,
contempla a Natureza, sempre radiante,
oferenda gentil a todo instante
quando sentimos sua vibração.
Não devemos sofrer, a vida é breve
e pouca coisa importa ao coração,
Procuremos viver com alegria,
saboreando o pão de cada dia,
pois a vida já é uma canção!
Publicações:
Folhas ao Vento - Antologia ‘Um Século de Poesia’, 1953.
Cantando Os Pinheirais - poesias infantis, 1966.
Antologia Escolar Paranaense – em colaboração, 1970.
Sem que eu soubesse… 1976.
Foi assim que aconteceu - coletânea de discursos.
Antologia ‘Um Século de Poesia: poetisas do Paraná’, 1959.
1989 - 2° Ocupante
Jandyra Sounis Carvalho de Oliveira, pianista, pintora e poetisa paranaense de origem francesa e alemã, inciou seus estudos no Rio de Janeiro-RJ no Instituto Lafayette e no Instituto Nacional de Música, prosseguindo na Academia de Música Paranaense Antônio Melillo. É poetisa e ilustradora de seus livros; como sócia da União Brasileira de Trovadores (UBT), escreveu uma ‘Missa em Trovas’ e é autora de mais de 300 trovas. Foi uma das fundadoras do Centro Paranaense Feminino de Cultura; fundou a “Página Literária", colaborando com jornais no Estado do Paraná. Diretora da ‘Juventude Musical Brasileira’, atuou como incentivadora de novos talentos promovendo concursos musicais, estimulando os participantes com medalhas, diplomas, prêmios em dinheiro, concedendo bolsas de estudo; enviou várias delegações de jovens brasileiros à Europa, Estados Unidos, Uruguai e Argentina. Foi escolhida em 1976 ‘Personalidade Feminina’ pelos jornalistas de Curitiba-PR e uma das fundadoras da Academia Paulista de Música, recebendo o título ‘Mulher nota 10’ em São Paulo-SP. Foi presidente da Associación Mundial de Mujeres Periodistas y Escritoras (AMMPE-BRASIL) e da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-São Paulo). Mãe de duas filhas.
LOUVANDO O LOUVA-A-DEUS
(A era ecológica)
Louva-a-Deus da primavera
é como um desabrochar
de verdes na nova era,
tal um arauto a clamar!
Nas flores quando saltita
O Louva-a-Deus de esperança
leva na sua vida aflita
seu desejo de andança.
Nas belas manhãs fagueiras
os Louva-a-Deus estonteantes
saltitam, descem nas beiras
dos rios, em poucos instantes.
Se o Louva-a-Deus é consciente
na sua mística atitude
louva de joelhos a mente
no sentir a infinitude?
Se o Louva-a-Deus pensa ser
um verde anjo de farda
no céu quando ascender
será um anjo da guarda?
O Louva-a-Deus pode ser
um anjo verde na Terra
a guardar o enflorecer
da influência que o homem enterra!
Suas missões são cumpridas
as de louvar o Senhor
com suas pernas compridas
e antenas seu condutor.
É o Louva-a-Deus efêmero,
não se sabe quanto dura,
mesmo vestido c'o esmero
não mostra sua estrutura.
Sua agilidade é sentida
quando louva, o Senhor,
de fraque vestido em vida,
em um esverdear de amor.
Na metamorfose pura
o Louva-a-Deus se castiga
a grilar-se com doçura
na sua companheira amiga.
Existe uma luta intensa
nesse serzinho de Deus
é quando extermina a tensa
Louva-a-Deus dos sonhos seus!
Na brisa se perpétua
o Louva-a-Deus engraçado
de fraque verde atua
martirizando a sua amada…
Louva-a-Deus se mimetiza
nos verdes que não se somem,
É o Algo que o eterniza
para a alegria do homem!
Através da luz e sol
o Louva-a-Deus se aquece
à espera de um arrebol,
em atitude de prece!
Oh! matar um Louva-a-Deus
é desprezar a grandeza
como a de um São Matheus
Que trás do Alto a Realeza!
Publicações:
Uma vida é um fragmento - poemas, 1975.
O Nada, 1976.
Pingos do Sol
Quando as tulipas balançam - trovas líricas
Vibram os seres na natureza - poemas
Policromia - poemas, 1978.
Mistérios do Som - poemas
Poemetos, 1982.
2005 - 3° Ocupante
Dária Farion (1929 - 2018) professora, nasceu em Fluviópolis-PR, mas transferiu-se com seus filhos para Curitiba-PR. Iniciou sua formação em Ponta Grossa-PR e graduou-se em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR), exercendo a docência no Colégio Martinus e Colégio Estadual do Paraná. Concluindo o curso de Planejamento Governamental, trabalhou na Casa Civil do Governo do Estado do Paraná. O encantamento com a poesia levou-a a integrar-se a várias entidades culturais, como o Centro de Letras do Paraná, a Academia Paranaense da Poesia (APP) e a União Brasileira de Escritores de Nova York (UBENY). Foi agraciada, pela Câmara Municipal de Curitiba, com a ‘Medalha de Mérito Fernando Amaro’ e o prêmio ‘Professor João Crisóstomo Arns’. Mãe de sete filhos
RELICÁRIO DAS ROSAS
Brotam nas vibrações de um solo nobre
O solo do meu coração pleno de amor.
Neste relicário, quais delicadas borboletas,
Pousam versos alados, dos poetas amados.
A alma deslumbrada, incriada, mistério se faz.
O êxtase se faz celestial, de beleza divinal.
As rosas sem espinhos, o perfume sem igual:
É o paraíso neste universo do poeta a sonhar.
ORAÇÃO
Ser mãe é orar pedindo:
Deus abriga-me debaixo da Tua Graça
Promessa de glórias e vitórias.
Ilumina-me com Teu sol divino
Para que eu possa ascender na trilha divina
Os filhos amados que me confiaste.
Permite que o santuário do lar
Seja um reino aonde o abraço é verdadeiro
As mãos apertadas amor perfeito.
Ser mãe é orar agradecendo:
Obrigada Deus, pelas decisões acertadas
Pelas lágrimas que irrigaram a dor e as alegrias.
Pelas mãos estendidas, estradas floridas,
Pela voz do filho a repetir... a repetir...
Mantra oração : Mãe...mãezinha.....
Ser mãe é orar abençoando, os filhos no pódio endeusando.
Publicações:
Vida, Néctar e veneno, 1994.
Foco de Visão, 1998.
Verbos e versos, 2003.
Publicações virtuais:
Pérolas do coração
Ósculo Poético
Crestomatia das Emoções
2019 - 4° Ocupante
Lila Tecla nasceu em Mafra-SC, farmacêutica bioquímica formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), desempenhando seu ofício em farmácia própria, no bairro do Ahú em Curitiba-PR. Atuou como repórter do ‘Diário do Paraná’ e como atriz, sendo também autora de várias peças de teatro. Escritora versátil, contista e poetisa trovadora, tem várias premiações em concursos: Concurso Nacional de Contos “Livro Aconteceu em Curitiba” em 1988; Concurso Nacional de Literatura “Crônicas Paranaenses” em 1999; Troféu Cultura e Divulgação Câmara Municipal de Curitiba e Prêmio Talento do Paraná em 2000; Prêmio Talentos da Maturidade - Troféu Personaggio Pleno di Idee, 5° edição Conto premiado “De Duas Uma”, classificada em 1º lugar entre 16.000 concorrentes, 9000 em literatura, 2003; Troféu Paulo Cézar Ouverney - II Concurso de Trovas Country Magazine - UBT, 2016; Premiação nos Jogos Florais - UBT em 2017; 1º lugar - Categoria Veterano - Tema “Saudade” - UBT, 2019. Recebeu homenagens: Votos de Congratulações e Aplausos pela Câmara Municipal de Curitiba em 2019 e Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Mafra em 2019. É membro do Centro de Letras do Paraná, do Centro Paranaense Feminino de Cultura. Segundo o poeta Paulo Roberto Karam: “as trovas são burlescas, com uma boa pitada de humor”. Mãe de quatro filhas.
TROVAS
Silêncio na madrugada,
o vento varrendo a rua,
sigo estrelas na calçada
piso num raio de lua.
Do jeito que a coisa apita,
ninguém mais lê, você creia.
E agora, mesmo esta escrita,
duvido que você leia.
E se a andorinha ligeira
que voa de Sul ao Norte
ao passar pela fronteira
precisasse passaporte?
Olhei o céu azulado
a nuvem que se movia .
Vi que no espaço estrelado
o teu nome ela escrevia.
Publicações:
Escrito no vento, 2015.
A hora vazia, 2015.
Parada obrigatória - trovas, 2015.
Encantando histórias - infanto-juvenil, 2015 foi adquirido pela PMC e distribuído para bibliotecas e Farois do Saber.
O quarto secreto, 2015.
Debaixo da cama velha, 2015.
Boca bendita, 2015.
A vida alheia, 2023.
Coletânea de poesias Momento Literário, Editora Shogun Arte -RJ
Antologia ‘Então é isso?’ Araucária Cultural ,2012.
Fontes:
1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.
2- Antologia ‘Um século de poesia: poetisas do Paraná’ - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1959.
4- Pioneiras do Brasil - Maria Nicolas, 1977 ocupante da Cadeira n° 24 na AFLPR.
5- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.
6- Antologia ‘Ajebianas no vôo da palavra’, 1993.
7- Ada Macaggi - Biografia e Antologia - Paulo Roberto Karam, 2011.
8- Oito Décadas - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 2018.
Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.
Mulheres que inspiram e os contos da Lila Tecla nos divertem!