"Um caso de amor promete sérias complicações, quando seus protagonistas são alcançados por acontecimentos inesperados que transformam suas vidas. Ficção e realidade se misturam nesta obra que enfoca os momentos da rasgadura racial em Angola e a hora do despertar de uma nação oprimida por séculos de intransigência política, abuso de poder e tortura. Chega então o momento em que pacatos cidadãos são obrigados a adotar o valor vigente, a violência, para conseguir sobreviver.
'Angola Para Sempre' é uma obra permeada de medos, desesperos e situações-limite mas simultaneamente de amor incondicional e fraternidade total, que não pode deixar de ser lida". (Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28)
“O sabonete de alfazema, a toalha cor-de-rosa felpuda, a gota de perfume atrás da orelha abriam a relação com a noite. De vestido vermelho comecei a descer a escada, devagar, pronta para entrar no futuro que ia começar dali pouco, eu pensava que tinha poder sobre ele. Pensava que cada um é dono do seu destino, engano, nosso destino está nas mãos do nosso semelhante. Destino é uma coisa assim, você diz não, nunca, e quando vês já está no sim, sempre. Naquela noite eu ainda não havia aprendido nada. Muitos olhares me acolhendo no salão. Vestidos longos, brilho de joias, paletós e gravatas, a formalidade permitida pelo ambiente refrigerado. Cheguei perto de minha mãe.”
Iolanda Tecla da Silveira ocupante da Cadeira 27, residiu em vários países e escreveu para revistas e jornais de Angola
A cada parágrafo do livro uma cena de filme eu visualizo, em um romance histórico.