Janelas da alma, espelhos de cor,
Refletem os céus se tintos de azul,
De verde, é o oceano que reproduz.
Raios dourados que importam do Sol
Riscam castanhos, com luz e calor.
Violetas, mais raros, têm nome de flor,
Maciez do veludo e o feitiço do amor.
Tímidos, as pálpebras descem,
Meigos, de ternura umedecem,
Brilhantes, pressurosos se mexem,
Langorosos, é de amor que padecem.
À tona vem o que do íntimo, aflora,
A emoção os mareja, os condói a tristeza,
Choram desesperados, riem com o engraçado,
Falam com brejeirice, chamam com faceirice.
Conquista com o poder forte do olhar,
Atração magnética que envolve e seduz,
Repudia com o frio desprezo, malvado,
Com olhar duro que fulmina o renegado.
Poderoso sentido, dois faróis interligados
Que revelam à consciência: Panorâmica visão.
Traduzem e transmitem solidário sentimento,
Condensam, simultâneos, o humor do momento,
Promovem, em cumplicidade, a orgânica união.
Maria Rosa Cartaxo Moura ocupa a cadeira n° 40 na Academia Feminina de Letras do Paraná - poesia publicada no livro ' Epilogus' 2020.
Comentarios