"O livro 'O Céu de Nuvem Lilás' é um convite às mulheres e homens que não almejam passar por esta vida apenas na condição de sobreviventes.
Através de uma linguagem agradável e leve, a autora compartilha com o leitor, uma comovente e bela história de resgate da vida no seu mais amplo sentido.
O relato aborda o processo de superação do seu trauma pessoal, a partir de uma busca incansável e permanente, enquanto percorria o Brasil e países tais quais: Inglaterra, Indonésia, Tailândia, Japão, China, Paquistão, Macau, Hong-Kong, França, Bélgica, Austrália, Peru, Cingapura, Taiwan, Malásia, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca dentre outros.
Vida, morte, fé, amor, luta, cura e superação são algumas das muitas abordagens que compõem a temática realista e atemporal desta obra, que propicia uma profunda e profícua reflexão sobre esses e outros valores, possibilitando a leitor, uma tomada de consciência sobre o poder que cada um tem de reescrever a sua própria história de vida". (Tereza Karam ocupante da Cadeira n° 28)
Trecho do livro 'O Céu de Nuvem Lilás'
"Visitei uma ilha chamada Mikemoto, localizada em Toba, no coração do Japão, na entrada de um parque nacional chamado Ise-Shima, que na época era considerada a maior produtora mundial de pérolas cultivadas. Lá pude ver pérolas de todos os formatos, cores, tamanhos, preços. Descobri que as mais caras são as de tonalidade rosa e que quanto mais regulares num colar, mais caro este será. Além de vídeos, slides e profissionais preparadíssimos para mostrar e explicar tudo sobre pérolas, pode-se observar como se apanham as conchas do fundo do mar. As pérolas só podem ser coletadas por mulheres cujo barco só pode ser conduzido pelo seu próprio marido. Elas usavam uma vestimenta branca e um gorro branco; o condutor, o marido, é o responsável por deixá-las no ponto exato para o mergulho, bem como por uma corda amarrada à sua cintura, em caso de haver qualquer eventualidade ele seria o resgate da mergulhadora, a coletora de conchas que mergulhava sem nenhum aparelho ou tubo de oxigênio e, depois de alguns minutos, voltava à superfície com uma enorme peneira de ostras cujo interior havia recebido há dois anos um pequenino grão de areia transmutado em uma bela e única pérola! A mergulhadora deveria ter 100% de confiança no seu condutor, e ele 100% de responsabilidade, pois dele dependia não apenas o sucesso da operação, mas também a vida de sua contraparte. Quando questionei sobre o porquê daquele ritual marinho, ouvi uma bela explicação sobre dualidade de tudo o que há no mundo, do respeito que se deve ter ao invadir o meio ambiente, da pureza que evocava o uso das vestes brancas e sobre a necessidade plena do desenvolvimento da confiança mútua. Aquela lembrança repentina me levou a refletir sobre o yin e yang, preto e branco, a dualidade de tudo e entendi que, se houve um dia uma Noite Escura da Alma, teria de haver a sua contraparte branca, e dessa harmonia deveria advir a existência de um grão transmutado em uma pérola preciosa e única!"
Zuleima Guerreiro Magaldi é educadora no ensino da língua portuguesa e inglesa para estrangeiros, ocupante da Cadeira n° 19 na Academia Feminina de Letras do Paraná.
Um livro que nos conecta com a capacidade humana de superação! Indico a leitura!