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Linha do Tempo Cadeira n° 35


Arte com a linha do tempo da cadeira n° 35 com a patronesse Júlia Carneiro Rosas e as ocupantes Palmira Bompeixe de Melo e Sully Adonay ferrer da Rosa Vilarinho Pedrosa

Patronesse

Fotografia de Júlia Carneiro Rosas

Júlia Carneiro Rosas (1900 - 1954) professora, filantropa, nasceu em Ponta Grossa-PR e foi a primeira a criar, em sua cidade, os intercâmbios culturais, levando a mensagem das letras e da cultura de Ponta Grossa às demais capitais do Brasil. Conhecida pelo senso humanitário fora do comum, solidária, hospitaleira e dona de uma simpatia que cativava colegas e alunos. Formou-se em 1930, na Escola Normal, assumindo a turma feminina no ‘Grupo Escolar Noturno para Operários’, tornando-se posteriormente Diretora, delineando assim o 1° Ensino Supletivo do Paraná. Atuou também, como professora na 1° Igreja Presbiteriana de Ponta Grossa na ‘Escola Dominical’ e fundou a 1° Sociedade Auxiliadora “As Samaritanas”. O reconhecimento pelo seu trabalho lhe rendeu, da Câmara Municipal de Ponta Grossa, nome de rua no bairro Neves e em 1955, o ‘Grupo Escolar Noturno dos Operários’ passou a denominar-se ‘Grupo Escolar Dona Júlia Carneiro Rosas’. Mãe de dois filhos.


A ARAUCÁRIA QUE TOMBOU

(Boletim de 06/06/1954 da 1° Igreja Presbiteriana - Pastor Rev. Paschoal Luiz Pitta)


“Quando contemplo a araucária - o nosso pinheiro - árvore heroica, que ventos e tempestades não conseguem abater, nem a geada requeimar,  árvore que não se curva; que tem seus “braços” estendidos a todas as direções, como que a convidar o mundo a gozar de sua sombra; e suas mãos benfazejas, semifechadas, com os dedos em posição de pétalas de rosas, como a suplicar ou a receber bençãos do céu… quando vejo essa árvore bendita tombar, gemendo aos golpes do machado impiedoso… eu me  lembro de Dona Júlia Carneiro Rosas, essa araucária da nossa Igreja, que tombou, aos golpes da foice cruel da morte…”


1972 - 1° Ocupante

Fotografia de Palmira Bompeixe de Mello

Palmyra Bompeixe de Mello (1890 - ?) professora, nasceu em Morretes-PR, foi aluna, aos cinco anos de sua prima Maria Luiza Rodrigues, professora normalista formada numa das primeiras turmas da Escola Normal do Paraná. Posteriormente, foi ensinada pela Professora Maria Cândida Cordeiro, até que seu pai sentiu a necessidade de lhe dar ensino de melhor nível, que também serviria à infância morretense, conseguindo-o com a colaboração eficiente de  Arsénio Cordeiro, Manoel Grillo e de outros,  a instalação do estabelecimento religioso que tomou o nome de Colégio São José. Ali, completou o curso primário. Para maior preparo, ampliou os estudos de Português, Francês e Aritmética com  António Martins de Mello, mais tarde tornou-se seu esposo. Embarcou para Curitiba, em 1906, cursando a Escola Normal e foi interna da ‘Escola Republicana’. Concluindo os estudos, voltou para Morretes sua primeira nomeação, e na continuidade Paranaguá, Guarapuava e Antonina e Curitiba.  Na Capital do Estado exerceu atividade em Escola Isolada do Portão; ‘Grupo Conselheiro Zacarias’; ‘Grupo Escolar Xavier da Silva’ e ‘Escola de Aplicação Alba Guimarães Plaisant’, aposentando-se com 39 anos de serviços dedicados à infância. Como escritor, foi poeta e  usava o pseudônimo de “Cachopa” e assim fala Vasco José Taborda, escritor da Academia Paranaense de Letras, “A poesia de Da. Palmyra Bompeixe de Mello é simples, bem feita e pura. A poetisa transmite, com muita propriedade, o seu sentir, usando belas figuras literárias, que encantam pela singeleza.”...



PARÁBOLA DEDICADA ÀS JOVENS


Por que estás, furtiva abelha, 

desde cedo a voejar? 

Vê nos campos quanta ovelha 

que se deixa arrebanhar!



Na flor, o que tu procuras?! 

o néctar pra fazer mel?! 

Vê bem! foge às torturas

que podem mudá-lo em fel!



Ouve somente a rainha; 

voa, voa, devaneia 

sugando toda florzinha!



Não faze vontade alheia;

 se o caminho for estranho, 

volta ao rumo da colmeia!


Assinatura de Palmira Bompeixe de Mello




Publicações:

  • Aleluia de Versos, 1964.

  • Amores delirantes e outros poemas



1989 - 2° Ocupante

Fotografia de Sully Adonay Ferrer da Rosa Vilarinho Pedrosa, com pelerine azul royal e brocado dourado

Sully Adonay Ferrer da Rosa Vilarinho Pedrosa, professora e advogada, nasceu em Paranaguá-PR e é filha da vereadora e poetisa Sully Rosas Vilarinho, que teve suas poesias publicadas em 1959, na Antologia ‘Um Século de Poesia’. Sua história com o ensino iniciou aos 12 anos de idade, dando aulas particulares em casa; aos 16 anos foi nomeada como extra-numerária pelo Estado do Paraná para organizar a biblioteca do ‘Colégio Estadual José Bonifácio’ pelo reconhecimento como excelente aluna, responsável e leitora contumaz; aos 17 formou-se na ‘Escola Normal Dr. Caetano Munhoz da Rocha’ em Paranaguá-PR e aos 18 anos, prestou concurso na cidade de Ponta Grossa-PR assumindo a cadeira de ‘Psicologia Educacional’; aposentou-se como professora estadual, sendo várias vezes paraninfa de turma. Em 1961, aos 20 anos de idade, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná e posteriormente em Línguas Neolatinas. Atuou como advogada na área criminal e cível, em várias cidades do Paraná e fundou em Curitiba-PR, em parceria com outra advogada, a ‘Associação das Empregadas Domésticas’ .Foi homenageada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) em 2016, por completar 50 anos de atuação profissional. Mãe de três filhos.


Para minhas filhas:

Sully Adonay e Cleomary - dois ternos corações:


São lindas - duas rosas perfumadas,

De beleza ideal, ainda em botão:

Uma - é a paz de minha alma atribulada,

Outra - é a graça da minha solidão!


(Sully Rosas Vilarinho, 1959)




ÂNSIA BRUTAL


Embebido no sol da rútila manhã,

Sobressaindo na verde ramaria,

Rubro, ereto e florido pé de flamboyant

Espalma seus galhos de ufania.


É beleza original – festa pagã,

Nota grave a ferir doce harmonia,

Caprichoso ornamento da velha tecelã

Que também dá aos lírios branca poesia.


Somente o que importa é a nobreza

Entre ti e a planta

A ânsia brutal de fugir da rotina.


Ela também, que coisa extraordinária,

Como tu gosta de ser revolucionária,

Possui a mesma alma altiva, de igual sina…


Sully Adonay Ferrer da Rosa Vilarinho Pedrosa,







Publicação:

  • Praia mansa - poesias, 1987.


Fonte:

1 - Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.

2 - Pioneiras do Brasil - Maria Nicolas, 1977, ocupante da Cadeira n° 24 na AFLPR.

3- Antologia ‘Sesquicentenário da Poesia Paranaense’ - Pompília Lopes dos Santos, 1985, patronesse na Cadeira n° 39 na AFLPR.

4- Jornal Diário dos Campos: Coluna Sherlock Holmes Cultura -  Júlia Carneiro Rosas por Silmara Fernandes de Oliveira, 2024.


Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.


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