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Linha do Tempo Cadeira n° 26


Arte com a linha do tempo da cadeira n° 26 com a patronesse Isolda Schmidt e a primeira ocupante Maria irene Junqueira Nunes e atual ocupante Chloris Casagrande Justen

Patronesse

Isolda Schmidt (1899 - 1966) professora, nasceu em Curitiba-PR, filha de mãe austríaca e pai suíço.  Formada pela Escola Normal, foi aluna de Dario Vellozo e Lysímaco Ferreira da Costa, entre outros intelectuais. Sua primeira nomeação foi para a ‘Escola Isolada do Paiol de Pólvora; em 1921 transferida para o ´Grupo Escolar Professor Brandão’; e em 1946 nomeada Diretora no ‘Grupo Escolar Júlia Wanderley’, atuando por 20 anos, lecionando sempre que necessário na substituição de professores faltosos.  Seu corpo foi velado no ‘Salão Nobre do Grupo Escolar Júlia Wanderley’ e seu nome foi perpetuado pela Prefeitura Municipal de Curitiba com a ‘Unidade Escolar Isolda Schmidt’. Assim fala Pompília Lopes dos Santos, fundadora da AFLPR “Isolda: Você foi feliz porque atingiu seu ideal. Foi uma criatura realizada. Admirada. Não conheceu a decadência. Em plena ascensão deteve o voo. Alcandorar-se. E parou no limiar da Eternidade. Houve encanto em sua vida. Beleza em sua morte. Adeus Isolda.” Pertenceu ao Clube Soroptimista de Curitiba e ao Centro Paranaense Feminino de Cultura.


1976 - 1° Ocupante

Maria Irene Junqueira Nunes (1924 - 1992) professora e pianista, nasceu em Curitiba-PR, iniciou seus estudos em casa e posteriormente no Colégio Sion recebendo a ‘Coroa de Ouro’ pela sua média 100; aos 8 anos de idade já compunha poesias. Pertenceu a vários centros culturais, incluindo o Centro de Letras do Paraná, Centro Paranaense Feminino de Cultura e a Academia José de Alencar. Trabalhou na Cruz Vermelha e no ‘Grupo Escolar Júlia Wanderley’. Em 1972 sofreu um acidente que a impossibilitou de tocar piano e escrever, mas escreveu cerca de 2.500 poesias.  Mãe de dois filhos.


ANELO


Quero levar o Amor ao alheio caminho…

Penetre como a luz do sol minha mensagem,

Se dê sem exceção, espargindo carinho,

Falando ao coração sem artifício ou imagem.


Não busco a perfeição da ideia, nem da forma,

Não quero estrutura minh’alma ou sentimento,

Quero sentir o irmão, dizer sem lei, sem norma,

palavras de conforto e humano pensamento.


Transmitir o calor que sinto no meu peito,

Sem barreira ou exclusão, livre do preconceito

Na espontânea doação do que tenho de meu.


Por inteiro meu ser nesta poesia que sinto,

Na poesia que sou eu, que é espírito e que é instinto

Corresponder, enfim, ao dom que Deus me deu!


Assinatura de Maria irene Junqueira Nunes




Publicações:

  • Confiteor, 1966 - prefaciado por Helena Kolody

  • Alma Liberta, 1971



1995 - 2° Ocupante

Fotografia de Chloris Casagrande Justen com pelerine azul royal e brocado dourado

Chloris Casagrande Justen, professora, musicista, declamadora. Nasceu em Curitiba-PR. Suas referências são de mulheres fortes: avós viúvas que herdaram e administraram fazendas com pulso firme e revólver na cintura; com uma mãe que administrava a família com horários definidos para estudar, bordar… sobrando um tempinho para brincar; com regras claras de comportamentos, esperados para uma mulher apresentar-se à sociedade. Também, sofreu a influência do seu  tio Antonio Carlos Raymundo, erudito e professor, colega de Dario Vellozo reunindo-se com outros poetas simbolistas no Templo da Musas, foi ele quem escolheu seu nome de batismo “Chloris  - Deusa da Primavera”. Desde criança desejava ser professora e sua educação formal passou pelo ‘Movimento Paranista’ tendo aulas de desenho com vinhetas de pinhões; aulas de música solfejando Bento Mossurunga; declamando poemas de Emiliano Perneta (Príncipe dos Poetas Paranaenses) e Dario Vellozo nas aulas de Língua Portuguesa.  Foi aluna de Helena Kolody no Instituto de Educação e orientada pelo Professor Erasmo Pilotto, tornou-se declamadora emocionando a mestra com o poema ‘Tristeza das Mãos’. Com o falecimento do pai, começou a trabalhar na adolescência, inicialmente dando aulas de piano para custear sua formação pelo Instituto Menssing; produziu um programa de rádio pela PRB2 ‘Música no ar’ onde lia suas crônicas sobre compositores como Chopin, Mozart… e as alunas tocavam piano; ainda na rádio, declamava um texto religioso para a ‘Hora do Ângelus’ com Ave Maria de Gounod ao fundo. Começou a atuar como professora aos 15 anos de idade, também como forma de sustentar-se. Pedagoga pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras TUIUTI, com extensão universitária no Brasil e no exterior. Foi Coordenadora Geral da Escola Normal de São José dos Pinhais; Diretora Geral do Instituto de Educação do Paraná; lecionou em universidades e cursos de extensão; renomada palestrante. Como educadora, presenciou no início da sua carreira os maus tratos vivenciados por menores órfãos, e destacou-se como defensora dos direitos humanos, sendo precursora do ‘Estatuto dos Direitos da Criança e do Adolescente’ e da instalação dos ‘Conselhos Tutelares Nacionais’. Autora do livro O ECA e a Instituição Escolar, com ele deu cursos de  atualização ao magistério de todo o Estado. Representou o Paraná e o Brasil em Congressos Internacionais. Com a UNICEF, ministrou cursos e dirigiu Congressos no país. Integrante de vários centros culturais: foi Presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura negociando a construção de um prédio ocupando três andares, incluindo um teatro e tornou-se ‘Presidente Emérita’’; membro do Centro de Letras do Paraná; ocupante da cadeira n° 31 na Academia Paranaense da Poesia e em 2013 tornou-se a primeira mulher Presidente da Academia Paranaense de Letras, onde ocupa a Cadeira n° 24. O reconhecimento de seu trabalho cultural e humanitário lhe rendeu muitos prêmios e homenagens com placas, medalhas e comendas. Poetisa e escritora, publicou artigos, coletâneas, livros de poemas e  crônicas.  Sua presença é de uma suavidade, naturalmente acolhedora. Assim referiu-se Helena Kolody: “Mas, Chloris não é somente o pássaro azul plantador de pinheiros. Ela é também, o sabiá que sonha cantando. Canta, em versos perfeitos e bem ritmados, a beleza de seus sonhos. Embala o coração amoroso na música dos versos. Quem vai cantando, não vai sozinho. Dançam em seu caminho o sonho e a canção”. Mãe de três filhos.



ÊXTASE


Quando uma chama de amor

Ilumina o coração,

O homem descobre a Estrela

E se integra no universo.


Vivendo em estado de graça,

Como centelha divina,

O ser humano se eleva

Com uma força infinita

Que só conhece quem ama.


Assinatura de Chloris Casagrande Justen





Publicações:

  • O ECA e a Instituição Escolar

  • Jogo de Luz  - poesias, 1993.

  • Essências transfiguradas, 2011.

  • Ética e outros ensaios, 2021.


Busto em bronze de Chloris Casagrande Justen
Busto em bronze no Centro Paranaense Feminino de Cultura



Fonte:

1- Acervo histórico da Academia Feminina de Letras do Paraná.

2 -  Antologia ‘Sesquicentenário da poesia paranaense’, Pompília Lopes dos Santos, 1985, Patronesse da Cadeira n° 39. 

3- Chloris - uma história de resistência, 2007 - escrito por Teresa Teixeira de Britto, ocupante da Cadeira n° 23 na AFLPR.

4- Oito Décadas - Centro Paranaense Feminino de Cultura, 2018.


Post elaborado por Tereza Karam, ocupante da Cadeira n° 28 e Diretora de Comunicação na Gestão 2024 - 2026.


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