"O universo é imenso e tu és como o átomo invisível que volteia na amplitude." (Julia da Costa)
CENÁRIO BÁSICO
Sala antiga, imitando época: fim do século XIX, início do século XX. Escrivaninha; sobre essa, uma pasta, onde está contido o texto que Júlia lerá, em alguns momentos; em outros, simulará escrever (caneta de pena). Um pequeno baú sustentando os xales de várias cores; junto a escrivaninha, cadeira; ao canto, o piano; sobre ele, uma rosa; sobre a banqueta do piano, uma bengala. Em algum canto do cenário, bem visível, uma espada. Todo o proscênio é a janela por onde Júlia vê a vida.
"Não há nada mais doce para o poeta do que ouvir em uma noite de luar, a toada de um pescador que passa, o cadenciar sonoro das ondas que murmuram... há no cantar singelo do barqueiro, um que melancólico que nos faz pensar na pátria e na família.
Quando eu dizia que o Brasil não estava preparado para a República, censuravas meu afinco à monarquia. Essa república feita às pressas, saiu defeituosa.
Não queiras elevar-te acima do vulgo que sorri da tua loucura.
A ilusão passou, mas há ainda em meu cérebro uma luz estranha que me ilumina o coração. Um mistério indefinível que me faz ficar estática diante de uma flor ou de um raio de luar.
Esta aspiração de felicidade que nos alenta, é uma prova irrecusável da imortalidade da alma."
(Julia da Costa)
O livro 'Julia na janela' de autoria de Teresa Teixeira de Britto, Cadeira n° 23 na Academia Feminina de Letras do Paraná, foi utilizado como referência, assim como sua consultoria, para o curta metragem sobre a vida de Julia da Costa considerada a primeira poetisa paranaense publicada.
Júlia Maria da Costa nasceu em Paranaguá dia 1º de julho de 1844, de família ilustre, viveu desde muito jovem até sua morte, na cidade de São Francisco do Sul, atualmente pertencente ao Estado de Santa Catarina e que na época da solução do problema do Contestado, pertencia ao Paraná. Em 1871, por injunção de sua família, casou-se com o Comendador Francisco da Costa Pereira, homem de 56 anos, alto comerciante, chefe político conservador, muito estimado pelos conterrâneos. Os salões do Comendador, se abriam então para reuniões e saraus literários enquanto sua casa, - antigo solar do último Capitão-mor de São Francisco -, hospedava governadores e eminentes políticos. Desde muito jovem colaborava em jornais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com suas poesias dentro do Romantismo, usando pseudônimos de Americana e Sonhadora. Em 1867 e 1868 publicou em dois volumes suas poesias a que deu o título de “Flores Dispersas” seus poemas de juventude. Mais tarde, em 1882 veio à público, um terceiro livro ”Bouquet de Violetas" no jornal Itiberê de Paranaguá. Em 1913 o Centro de Letras do Paraná publicou uma coletânea de versos, sob o título geral de “Flores Dispersas" contendo as duas séries já publicadas e mais a 3ª série, inédita até então, de poesias e cartas, encontradas entre os papéis da poetisa. De seu romance de mocidade com Benjamim Carvoliva (Carvalho de Oliveira) poeta, professor, jornalista e músico, resta uma coletânea de primorosas cartas de amor, em prosa e verso, coletadas por Rosi de Macedo Pinheiro Lima, publicadas em 1953 com o título de “Vida de Julia da Costa.” Foi um belo talento poético, refletindo as tendências de seu temperamento e de toda uma época, as suas poesias revelam sensibilidade e inspiração. Viúva desde 1892, isolada e sem contato social , após quase vinte anos de reclusão, faleceu em 12 de julho de 1911. (Fonte: Livro 'Um século de Poesia' do Centro Paranaense Feminino de Cultura- 1959)
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Viva a Poesia Paranaense! Parabéns Tereza por tão belas inspirações na divulgação dos Poetas do Paraná.
Julia da Costa é inspiração para as mulheres e o trabalho das escritoras na divulgação de sua vida e obra é admirável.