31 de outubro: Dia Nacional da Poesia - Lei número 13.131 de 3 de junho de 2015 -, instituída em homenagem ao escritor Carlos Drummond de Andrade, em comemoração ao aniversário do poeta.
Carlos Drummond de Andrade nasce em 31 de outubro de 1902, em Itabira do Mato Dentro, Minas Gerais, nono filho de Carlos de Paula Andrade, fazendeiro, e Julieta Augusta Drummond de Andrade. Faz seus primeiros estudos em Belo Horizonte. Forma-se em Farmácia, profissão que nunca exerceu. Casa-se com Dolores Dutra de Moraes de quem nasce a sua filha Maria Julieta, companheira e confidente ao longo de sua vida.
Sua obra literária é vasta e preciosa. São mais de 100 livros publicados. É obra tida como autobiográfica, não só pelo fato de refletir sua vivência, mas porque sua vida é a própria poesia que escreve.
O nome Drummond de Andrade está associado ao que se fez de melhor na poesia brasileira. Tristão de Athayde afirma: O Drummond, para mim, é o maior poeta brasileiro moderno e talvez de todos os tempos. Segundo o professor e crítico literário Silviano Santiago, ele representa o que há de melhor na literatura de língua portuguesa, estando ao lado de Camões e Fernando Pessoa.
A sua genialidade está na condução dos mais variados temas, utilizando todos os recursos estilísticos para exprimir-se. Consegue extrair poesia dos acontecimentos mais banais, como também dos acontecimentos retumbantes e históricos.
É o próprio Drummond que institui sua temática, no poema:
Mãos Dadas
(Sentimento do Mundo – 1940)
Não serei poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, mas não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi suspiros ao anoitecer, à paisagem da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
os homens presentes, a vida presente.
Neumar Carta Winter ocupante da Cadeira n°22, professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.
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